24 Outubro 2018      16:40

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"Penso em ganhar, em receber e em distribuir"

Rui Nabeiro, fundador do Grupo Nabeiro-Delta Cafés, de Campo Maior, foi o convidado de Carlos Coelho, founder e CEO da Ivity, para uma conversa sobre a Delta, durante a 11.ª Conferência Marketeer (que decorreu esta manhã).

Rui Nabeiro confessou que ao longo dos últimos anos já recebeu inúmeras propostas para vender a sua empresas mas tem rejeitado todas, porque "a família não se vende". 

A história do começo da Delta é pública. Rui Nabeiro, vinha de uma família humilde e trabalhava na marca Camelo. Mas teve a ambição de criar a sua própria marca ainda que não estivesse em Lisboa ou no Porto. Insistiu muito. Apesar do mercado estar, à época, todo ocupado, o comendador quis fazer de Campo Maior, terra de muitas carências, um espaço melhor para as pessoas da sua terra. «Havia quem não tivesse casa, havia famílias inteiras que dormiam num quarto… Foi por aí que comecei. Comprámos terras e fomos construindo casas, pagando aos pouquinhos. A casa era fundamental para estas pessoas.» Daí que não seja de estranhar o carinho com que se ouve falar do fundador da Delta nessa terra e em muitas outras geografias.

Rui Nabeiro recorda que no pós-guerra, em Espanha, nunca sabiam se perante a entrega do café iam ou não receber o pagamento. Talvez por isso, também, sempre tenha sido homem de se levantar cedo e trabalhar até tarde. «Quando os outros iam, nós já estávamos a voltar. Se chego lá primeiro, recebo primeiro. E regresso mais descansado», conta.

O fundador da Delta acredita que a alma que imprimiu à empresa é de todos os que nela trabalham. Até porque, garante, «tenho empregados que querem fazer e fazem. A alma também é deles».

Tendo consciência de que há tantos que nada têm, Rui Nabeiro não se considera um homem rico. «A riqueza não é do homem, é da empresa e da sua gente.» Até porque, diz, não é pessoa de pensar em riqueza. «Penso em ganhar, em receber e em distribuir.» E quando Carlos Coelho o questiona se é viciado em dar, Rui Nabeiro, sem rodeios, não hesita em dizer que não é um vício, mas sim uma obrigação moral. E corrige o termo “dar”, que considera muito forte, por “distribuir”. Lembra ainda que «quem semeia, colhe. Mesmo que não chova».

A peça pode ser lida integralmente aqui.

Imagem de capa de Politécnico de Lisboa.

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