7 Agosto 2018      10:46

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Património e divulgação – aliança fundamental

Hoje em dia, é recorrente falar do Património como um fator importante na perspetiva da valorização dos territórios. A capacidade dos diferentes legados patrimoniais em atrair turistas assume-se cada vez mais como um elemento decisivo e estruturante em termos sociais e económicos, sobretudo em áreas mais desfavorecidas, como é o caso do Alentejo.

A procura de ofertas diferenciadas, que remetem o visitante para a identidade local e para as características endógenas da nossa região constitui, sem dúvida, um eixo de atratividade para um vasto segmento de turistas.

No entanto, este não é um dado adquirido. Se somos os primeiros a valorizar a nossa história e do nosso património, temos que mostrar isso ao mundo. Para além de ser urgente requalificar os monumentos e equipamentos culturais, é necessário apostar na divulgação, para que essa estratégia tenha retorno, em termos de afluência de públicos. É urgente preservar o que é genuíno e abrir as portas aos que nos visitam, promovendo elevados padrões de qualidade. Reconheço, no entanto, que nem sempre é fácil este equilíbrio.

Nos dias que correm, a visibilidade é fundamental. Não basta que sejamos só nós a reconhecer a qualidade existente. É preciso valorizar e potenciar aquilo que nos caracteriza, enquanto região privilegiada sob muitos aspetos. Se queremos ter mais visitantes, mais ingressos e mais dinâmica, de modo a conseguir mais desenvolvimento económico, torna-se vital apostar numa estratégia que divulgue a nossa oferta diferenciada e os eventos que são por cá organizados, junto de segmentos turísticos relevantes.

Temos a Extremadura e a Andaluzia ao nosso lado, com centros urbanos importantes (Badajoz, Cáceres, Mérida, Sevilha, entre outros) que podem ser focos importantes em termos da divulgação do Alentejo, a nível do património, da história, da gastronomia e dos vinhos.

Um planeamento concertado, com participação ativa dos municípios e das entidades com responsabilidade nesta matéria, pode constituir uma ferramenta fundamental para incrementar os fluxos turísticos do lado de cá. Apesar de se registar um aumento crescente dos números, há ainda uma elevada margem de manobra para um aumento significativo de visitas, sem que isso ponha em causa a conservação do património.

Será que tudo está a ser feito em termos dessa divulgação? Reconhecem os municípios que esta componente é fundamental? Estão os operadores turísticos espanhóis informados e atualizados sobre a nossa oferta, em termos de horários, preços e disponibilidade de visita aos diferentes monumentos? Tenho algumas dúvidas sobre esta matéria.

No entanto, cabe a cada um de nós, alentejanos, com os meios que temos ao nosso alcance, promover a nossa região. Através das redes sociais, é possível criar mecanismos de divulgação que mostrem aos outros o que temos de excecional. Se cada um for fazendo o seu papel, em relação à sua vila, aldeia ou cidade, certamente que se deixará uma semente para o futuro.

 

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