16 Outubro 2021      09:34

Está aqui

Pandora Papers - uma gigantesca manobra de fuga aos impostos

Um Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação (ICIJ na sigla em inglês) obteve o conjunto de 11,9 milhões de arquivos confidenciais e liderou uma equipa que passou 2 anos a examiná-los, rastreando fontes e vasculhando arquivos judiciais e outros registos públicos de dezenas de países.

Participaram na investigação 615 jornalistas de 149 meios de comunicação social, em 117 países. O material está a ser analisado há cerca de 1 ano para a preparação e apresentação ao público.

Os denominados ´´Pandora Papers´´ têm origem em 14 escritórios de advocacia especializados em registar companhias offshore em alguns dos maiores paraísos fiscais do mundo, como o Panamá, as Ilhas Virgens Britânicas ou as Bahamas.

Esta já é considerada a maior fuga de informação sobre offshores da História, a qual expõe os negócios secretos e o património escondido de 35 líderes mundiais (atuais e antigos) e de mais de 330 políticos, funcionários públicos e personalidades públicas, de 91 países e territórios, entre os quais Portugal.

Na investigação dos Pandora Papers estão inscritas fortunas e transações de múltiplas personalidades do mundo inteiro. De acordo com informações apresentadas e publicada em órgãos de comunicação internacionais, tais como o "The Washington Post", a BBC e o "The Guardian", alguns dos referidos negócios ocorreram quando os países de origem dos referidos líderes mundiais se encontravam a atravessar crises profundas e dramáticas para as suas populações.

Os Pandora Papers desvendam ainda detalhes sobre importantes doadores (muitas vezes de outros países) a partidos políticos. Uma promiscuidade gigantesca!

A investigação revela também fortunas ocultas de muitos lideres mundiais, alguns deles pertencentes a países muito pobres.

Para ser claro e não entrar em demagogias, não é ilegal ter ativos em offshore ou usar empresas de fachada para fazer negócios além das fronteiras nacionais. No entanto, revelam promiscuidade de negócios e interesses, são promotores de negócios obscuros e de evasão fiscal. Também se pode dizer que tais revelações deveriam ser embaraçosas para líderes que podem ter feito publicamente campanha contra a evasão fiscal e a corrupção, ou defendido medidas de austeridade em casa.

Por último, estes poderosos utilizaram estratagemas internacionais para fugir aos impostos. Significa isto que, aqueles que podem pagar, os extremamente ricos, fogem aos impostos. Resta aos que têm menos posses para pagar por eles.

Não é só imoral, como é altamente vergonhoso!