15 Outubro 2021      22:46

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Os portugueses estão a comer o dobro daquilo que deviam

Esta sexta, o Instituto Nacional de Estatística (INE) deu a conhecer a “Balança Alimentar Portuguesa 2016-2020” e que mereceu de imediato a reação da Ordem dos Nutricionistas: “os portugueses estão a comer o dobro do necessário e de forma ainda mais desequilibrada”.

Este estudo do INE, revela que o aporte calórico médio diário aumentou face ao último período em análise (2012-2015) e que representa duas vezes o valor recomendado para um adulto com um peso médio saudável, dados que Ordem dos Nutricionistas considera “alarmantes e assustadores”, pedindo uma ação urgente ao Governo, exigindo que a política interministerial de promoção de uma alimentação saudável tenha mais ritmo e intensidade para acabar com as escolhas erradas que têm resultados nefastos para a saúde dos portugueses 

Segundo o comunicado enviado à redação do TA, os nutricionistas explicam que o aumento do aporte calórico é acompanhado por desequilíbrios graves, como o elevado consumo de carne – os portugueses comem quatro vezes mais carne do que aquela que é recomendada. A gordura na alimentação nacional também se mantém elevada e o consumo de álcool é igualmente excessivo.

Mas o relatório tem também pontos positivos como o reforço da liderança do consumo de água e a redução positiva de consumo de refrigerantes que, para a Ordem dos Nutricionistas, poderá ser o reflexo claro da taxação implementada em 2017 às bebidas açucaradas.  

“Como vemos as medidas intencionalmente desenhadas para combater os problemas baseadas na evidência científica são efetivas. Este tipo de medidas podem, e devem, ser intensificadas pela Assembleia da República e pelo Governo a quem se exigem ações imediatas pela saúde de todos nós”, salienta Alexandra Bento, bastonária da Ordem dos Nutricionistas.

Recorde-se que a Balança Alimentar Portuguesa é um instrumento analítico de natureza estatística baseado na oferta de alimentos no território nacional numa perspetiva de consumo aparente, enquadrando as disponibilidades alimentares e a respetiva evolução em Portugal, em termos de produtos, nutrientes e calorias.

 

Imagem de flamp. ru