7 Julho 2020      09:41

Está aqui

Os do costume, para os do costume

Foi passada a mensagem para a opinião pública que em tempos de pandemia fazer-se oposição ao governo seria inconstitucional. O PSD prontificou-se a dizer que deixaria passar o orçamento suplementar, assim como a restante oposição de esquerda. O orçamento passou, mas a antever um deslize nas relações, o orçamento foi aprovado com mais abstenções do que sim´s.

Entre outras medidas interessantes e importantes que têm surgido, o PCP e o PEV apresentaram ao parlamento a utópica proposta que  pretendia proíbir a empresas com sedes fiscais fora de Portugal  o acesso aos fundos extraordinários do governo de apoio ao Covid.

Se uma empresa se esgueira do pagamento das contribuições fiscais ao país, então não deveria contar com fundos solidários desse mesmo país. No entanto, graças ao filantropismo partidário de PS, PSD, CDS e IL, e com uma ausência no dia da votação do Chega ( apesar de não ser precisa muita futurologia para saber que o Chega responde, igualmente aos interesses dos magnatas da especulação imobiliária) a proposta foi rejeitada.

O crónico lobismo dos partidos do poder farão com que muitos fundos serão distribuídos para empresas que terão distribuído muitos lucros nos passados anos, mas que não tiveram capital para se aguentar e pagar os salários por inteiro aos seus trabalhadores.

 

Será que vimos bem?

Houve saudação Nazi? Houve aproveitamento do próprio para mediatização? Ou quereria apenas, André Ventura, chamar alguém mais distante?

Na passada semana entre 1000 a 1500 manifestantes desfilaram por Lisboa convocados pelo Chega, para comprovar que Portugal não é racista, (é preciso lembrar) com algumas palavras de ordem para minorias étnicas, grupos de esquerda e comunicação social. Rui Rio e Francisco Rodrigues dos Santos não se juntaram, não que Chicão não se sentisse com vontade de comprovar o seu conservadorismo e indignação pelo que ele diz, caminho perigoso para o Socialismo, mas talvez pelo seu lamentar pela ausência de ajuntamentos religiosos não celebrados.

No meio disto tudo, e várias vezes verdade seja dita, André Ventura, ergueu o braço qual general elevado a semi deus fazendo lembrar outras personagens históricas que também eles propuzeram confinamentos especiais e adequados para outras minorias étnicas, antes depois de prosseguirem para as perseguições a homossexuais, comunistas, e opositores.

O nosso tribunal constituicional proíbe o incentivo ao ódio, discriminações, e perfilhação da ideologia fascista. Não deveria ter sido à muito o PNR alvo de censura e consequente exclusão do espectro político? Se acreditarmos que o antigo candidato pelo PNR à Câmara Municipal de Oeiras, Pedro Perestrello que foi um dos principais galvanizadores para que os portugueses que se sentissem verdadeiros nacionalistas apoiem André Ventura, tenha trazida alguma da sua cultura racista para o Chega então talvez a analogia do PNR ao Chega não seja tão hipotética.

 

We were the Champions

Enquanto lá fora temos países a cortarem relações turísticas com Portugal, cá dentro temos os slogans Algarvios ingleses tornarem-se finalmente Portugueses. “Visit(e) Portugal”. Pois bem, o maior serviço que exportamos, o turismo, terá agora de ser alavancado pelo mercado nacional, tão mal tratado por vezes.

António Costa e Marcelo Rebelo de Sousa, começaram por fomentar o turismo ao anunciar a “final eight da Champions” num tom provocador e deplorável para os profissionais de saúde como sendo este um prémio pelo seu excelente desempenho, e não claro está, aumentando os salário destes verdadeiros heróis nacionais. As incongruências vão se aglomerando, permitem-se adeptos para a champions? E o nosso campeonato? Virão adeptos espanhóis apoiarem os seus clubes cá? Temos condições sanitárias para supervisionar mais gente,e até condições de segurança? Se não vier ninguém, o alavancar do turismo resumir-se-há a meia dúzia de hotéis com os staffs das seleções.

Com Portugal a figurar na lista negra dos ingleses ( um cidadão inglês que venha passar férias a Portugal terá de ficar 14 dias em quarentena no regresso) faz prever um Algarve despido dos seus maiores turistas, enquanto que países como a Grécia fomentam este receio por Portugal, municiando-se dos seus apenas 192 mortos, pois tal como nós, a Grécia vive do turismo. Afinal a solidariedade Europeia fica muito em causa quando o assunto é dinheiro.

Aos Portugueses foi vendida a epopeia de que o Covid passou ao lado, e juntando apelos de idas às compras ao Chiado, fugas à praia pelo professor Marcelo, Portugal desconfinou calmamente. No entanto, e mais concretamente na cintura social empobrecida à volta de Lisboa, o surto acentuou-se. Pior que as festas dos jovens, são os escassos transportes públicos para pessoas que vêem dessas periferias e que apanham mais do que um transporte antes de chegar à capital.

Urgem medidas de apoio ao estado social, para que transportes públicos não sejam eles focos de contágio.

------------------------------------

Alexandre Carvalho tem 24 anos e é natural do Porto. Licenciado em Comunicação Empresarial pelo ISCAP, ligado ao ramo do design de interiores e da vertente digital. Interessado pelo panorama da política nacional conta vir viver para o Alentejo, porque se enamorou por uma alentejana

alexandremiguel.c95@outlook.com