1 Setembro 2022      12:23

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Obras de Ai Weiwei, Niek te Wierik e Sara Leme em Évora

Ai Weiwei, artista e ativista

A exposição “A Paisagem É Para Sempre”, que inclui obras de Ai Weiwei, Niek te Wierik e Sara Leme, vai ser inaugurada a 6 de setembro no Centro de Arte e Cultura da Fundação Eugénio de Almeida (FEA), em Évora.

Em comunicado, citado pela Lusa, a fundação revelou que a mostra poderá ser visitada pelo público até ao próximo dia 23 de outubro.

A iniciativa, com curadoria de José Alberto Ferreira, integra a programação do 8.º Congresso da Associação Portuguesa de Antropologia, que vai decorrer em Évora de 6 a 9 de setembro, e “convida a uma viagem com a duração da poesia, entre a árvore e a sombra, entre a pedra e o horizonte”.

José Alberto Ferreira, diretor do Centro de Arte e Cultura, referiu ainda que “A Paisagem É Para Sempre” é constituída por “uma obra de Ai Weiwei, uma peça feita em mármore do Afeganistão, cinco quadros de Niek te Wierik e uma instalação de Sara Leme, que integra vídeo e tela”.

A FEA lembrou também que Ai Weiwei “tem colocado o seu ativismo político em defesa da liberdade e dos direitos civis no centro da sua obra multiforme, mas as suas relações com a história e a cultura chinesas permanecem fundamentais para o artista, que reside atualmente em Portugal”.

De acordo com a fundação, a peça que apresenta em Évora confirma-o, uma vez que se trata de “um disco de mármore do Afeganistão, a que o artista chamou ‘Bi’, evocando as raízes culturais milenares do seu país”.

“Com efeito, ‘Bi’, na cultura clássica chinesa, é um disco de jade utilizado em cerimónias rituais para refletir o céu. Nesta espécie de gesto de arqueologia cultural, o artista desloca o reflexo do céu para a profundidade da terra, onde os veios da pedra se formaram, assim trazendo à superfície a espessura do tempo da tradição e da geologia milenar”, disse a organização.

Já o artista holandês Niek te Wierik, a viver “há muito” em Portugal, tem “trabalho abundante nas áreas do desenho e da pintura [e é] um observador insaciável do meio natural que o envolve e que depois fixa em minucioso processo de laboratório (da fotografia ao esboço, depois desenho e pintura)”.

“Nas pinturas que integram a exposição, a pedra é cor em forma de dólmen e é sombra em forma de luz, cruzamento do horizonte milenar da pedra com a efemeridade das sombras dos olivais do Alentejo”, segundo a FEA.

Sara Leme, “uma jovem artista cujo trabalho traduz influências de um percurso onde se cruzam a joalharia, a dança e a antropologia”, apresenta nesta mostra “um trabalho com memória da história global recente”.

“Sobre uma tela, feita com máscaras cirúrgicas justapostas, a artista confronta o espetador com imagens projetadas de montado alentejano, em planos quase sem movimento, com a ligeireza do vento animando a folhagem, como quem ensaia suspender o curso do tempo”, avançou a fundação.

 

Fotografia de nytimes.com