30 Dezembro 2021      10:29

Está aqui

Obra do Bloco de Rega Moura/Póvoa/Amareleja lançada a 10 de janeiro

José Pedro Salema, presidente do Conselho de Administração da EDIA

Maria do Céu Antunes, ministra da Agricultura, anunciou recentemente, durante a sua visita ao Baixo Alentejo, o Programa Nacional de Regadios para dia 10 de janeiro do próximo ano, no valor de 127 milhões de euros. Um valor que contempla a obra do Bloco de Rega Moura/Póvoa/Amareleja e a 2.ª fase do Bloco de Reguengos, o Bloco de Vidigueira e o Bloco de Messejana com ligação ao Monte da Rocha.

Em declarações ao jornal Planície, José Pedro Salema, responsável da Empresa de Desenvolvimento e Infraestruturas do Alqueva (EDIA), explicou que, “recentemente, a ministra teve a oportunidade de visitar uma das novas infraestruturas de Alqueva e na ocasião anunciou o lançamento de um aviso do Programa Nacional de Regadios para apresentação de candidaturas no valor de 127 milhões de euros. Esse aviso está dirigido para o Alentejo e para as obras de novos regadios”.

Esses mesmos regadios, segundo José Pedro Salema, estão com “elevada maturidade, com projecto de execução e estudo de impacto ambiental aprovado”.

O presidente da EDIA sublinhou ainda que as obras que estão planeadas para apresentar são “a 2.ª fase do Bloco de Reguengos, do Bloco da Vidigueira, o Bloco da Messejana com ligação ao Monte da Rocha e o Bloco de Moura/Póvoa/Amareleja. Está anunciado que o aviso virá no próximo dia 10 de janeiro e vai apresentar estas quatro candidaturas”, acrescenta.

Apesar da “boa nova”, é preciso prevenir alguns aspetos: “a realidade mudou, muitos investimentos foram feitos, houve uma adesão grande dos blocos existentes de Alqueva e algumas restrições ambientais que foram levantadas pelo CNR e pela APA, que teremos de acautelar”, salienta o responsável.

Além disso, “houve uma subida muito dramática no custo das obras. As coisas estão muito mais caras, subiram mais de 20% e vamos ter de acomodar essa subida com um orçamento limitado”, afirma José Pedro Salema.

Nesse sentido, o Bloco de Rega Moura/Póvoa/Amareleja “vai sofrer alguns cortes e vai ter áreas que não vão ser beneficiadas agora, assim como o Bloco de Rega de Reguengos. São cerca de 8 000 hectares o de Moura/Póvoa/Amareleja”, já que inicialmente estava previsto abranger os 10 000 hectares.

José Pedro Salema considera que este avanço “é uma boa notícia que nos dá alento para um ano que está prestes a começar”.

Já José Duarte, um dos maiores agricultores da região de Moura e responsável da Cooperativa Agrícola de Moura e Barrancos, também partilha da mesma opinião: “vamos ter bloco de rega. A partir do momento em que o concurso é lançado, vai ser construído”.

No que diz respeito ao prazo do concurso, José Duarte diz que “só no final do ano (2022), início de 2023, é que será adjudicada a obra e o arranque em 2023. Não devemos ter antes de 2025”, adiantou.

Recorde-se que o bloco em questão estava previsto arrancar há cerca de dois anos e meio, anunciado pelo então Ministro da Agricultura, Capoulas Santos.

Os 8 000 hectares do Bloco de Rega Moura/Póvoa/Amarela são fundamentais para o benefício da olivicultura em anos de seca, entre muitos outros factores, já que a água é essencial a todos os sectores económicos, em especial para a agricultura.

O aviso para concurso da obra do bloco vai avançar em janeiro de 2022.

 

Fotografia de vidarural.pt