15 Abril 2016      14:17

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O QUE ANDA A FAZER O MINISTÉRIO DO ENSINO SUPERIOR?

No âmbito da minha atividade profissional, tive necessidade de entrevistar algumas pessoas durante a presente semana. Procurava-mos um profissional jovem, não necessariamente júnior, que estivesse motivado em fazer parte de uma empresa em fase de expansão…

… e qual não foi o meu espanto, não existiam muitos realmente empenhados em querer ser diferentes de todos os restantes que passaram pelo nosso processo.

Afinal, os jovens, em particular os da área das tecnologias de informação, não estão propriamente a procura de emprego, nem necessariamente a procura de uma oportunidade.

Pode dizer, o meu leitor, que deve ser uma particularidade dos licenciados e mestres em ciências computacionais e engenharias informáticas, e na realidade esta correto, parece que a maior parte dos finalistas destas áreas (por exemplo do Instituto Superior Técnico) são brindados com boas ofertas de emprego, com bons vencimentos (quer em termos financeiros, quer em termos de benefícios), mesmo antes de terminarem os seus cursos.

O que me leva a pergunta: - O que anda a fazer o Ministério do Ensino Superior?

Sim, porque é que ainda não encerrou dezenas de licenciaturas com poucos alunos e de empregabilidade duvidosa, e apostou no ensino superior na área das TI? Será tão difícil começar a preparar as necessidades futuras (nesta e noutras áreas)?

Por exemplo, nos Estados Unidos, está estimada a necessidade de mais de 1 milhão de engenheiros informáticos até 2020… e o sistema de ensino norte-americano não irá formar mais que 2/3 desta necessidade (prevendo “importar” os que faltarem), e em Portugal? Quantos faltam? Quantos somos capazes de “produzir”? Suspeito que ninguém (no ministério) saiba.

A realidade é só uma, enquanto não se pensar o sistema educativo a longo prazo, enquanto a planificação não for feita por períodos superiores a uma legislatura, nunca poderemos saber para que lado vai…

… e como já se sabe, quando não se sabe para que lado caminhar, é indiferente o caminho que seja tomado… é muito provável que esse não corresponda ao que mais nos convém.

Esta minha crónica é escrita enquanto acompanho (preocupado) o que começam a parecer como os primeiros sinais de que as escolhas ministeriais não foram prudentes, e como tem sido apanágio dos últimos governos, escolheram-se supostos especialistas, que pouca expêriencia de vida tinham, mas que gozavam de uma longa experiência partidária.

Imagem de capa daqui.