30 Abril 2018      11:24

Está aqui

O futuro da Europa está a passar por aqui!

Como todos os anos, mais uma vez voltei a descer a Avenida da Liberdade, sempre na melhor das companhias.

Viver Abril continua a ser a celebração das liberdades, liberdades que cada vez mais prezo. Foi por isto que sempre me vinculei a combates onde os fundamentos permanecem para além da relativização das ações.

Hoje, viver Abril é manter vivos ideais em que nunca deixei de acreditar. Onde todas as lutas têm vitórias e reveses, em que a subversão dos pensamentos continua a ser imprescindível, marcando objetivos.

Levar Abril à Europa tornou-se o combate onde pretendo investir parte das minhas energias. Sei que as diversidades nos enriquecem, que a justiça e a igualdade são possíveis e que as discriminações devem terminar; sei da urgência de um 25 de Abril para a Europa.

A formação de listas transnacionais para as próximas eleições europeias são talvez, uma das últimas oportunidades para travar os crescentes populismos de direita que começam a proliferar por toda Europa. Acreditem ou não, e eu acredito, só assim se conseguirá por um travão a experimentalismos totalitários, impossíveis de serem aceites por quem acredita na Humanidade. Esta espécie de civilidade caduca consentida, é hoje reguladora de algumas sociedades suportadas pela marginalização e pelas exclusões.

As sociedades movem-se e, as políticas e os políticos, têm de o saber acompanhar. Precisamos legitimar intervenções alternativas, o atual modelo já não nos serve, há muito que caducou. Algumas soberanias continuam a não são tidas em conta, as humilhações económicas marcam presença e só uma dimensão pan-europeia pode contribuir para o recuperar das liberdades em risco.

Sou europeia e não quero deixar de o ser. Quero participar na construção de uma Europa democrática, igualitária, solidária e transnacional onde os Direitos Humanos sejam o pilar das sociedades. Numa Europa onde as práticas organizativas possuam, como eixo central, o respeito pelas diferenças sejam elas étnicas, económicas, religiosas ou sexuais.

Admiro gentes de livres pensamentos, de pensamentos descomprometidos, mas credíveis.

Estou ciente que, com o implementar deste espaço político único, uma primavera europeia surgirá.

Sou realista, não sonho com o impossível, mas sei que o futuro da Europa está a passar por aqui.

Fotografia de Artur Machado/GI