20 Outubro 2016      15:29

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O FOCO DO CLIENTE

Com a evolução tecnológica dos últimos 20 anos é frequente que as empresas tenham que mudar a forma como se relacionam com os seus clientes, e isto acontece por várias ordens de razão… Se por um lado o cliente está cada vez mais informado e exigente, por outro a nossa concorrência também é cada vez mais agressiva e eficiente.

Assim, o Business as Usual, já não é suficiente, e quem não entender isso, ou está em declínio ou já esta condenado, a verdade é que as empresas multinacionais demasiado grandes para fechar, sofrem com a miopia provocada pela sua posição… e temos tido demasiados exemplos disso mesmo, para acharmos que foram obras do acaso.

Por exemplo, a KODAK, o verdadeiro gigante da fotografia do século XX, desapareceu, porque, pese embora fossem detentores da patente da primeira máquina fotográfica digital, acharam que ninguém iria querer fotografia nesse formato, estavam tão inebriados pelo facto de dominarem os principais mercados da fotografia de papel que não entenderam que o cliente queria outra coisa.

Estes episódios acontecem porque sempre ouvimos dizer que o foco era no cliente, ou na versão mais moderna, que as empresas eram Costumer Centric. O problema, está bom de ver, que estar focado no cliente não é a mesma coisa que ter o foco do cliente, e só quem captar a atenção dos consumidores tem possibilidade de se relacionar com eles, e com isso fazer negócio.

Esta tendência é uma oportunidade para as empresas, em particular, para as empresas nacionais, porque o consumidor começa a procurar aqueles produtos e serviços que servem as suas necessidades e desejos, não sendo relevante a posição em termos de dimensão ou escala, mas sobretudo aqueles que representam um maior valor percecionado.

Da táctica de Push (empurra), onde a publicidade tinha um papel primordial, passamos a tendência de Pull (puxar), onde o cliente procura a experiência e o serviço, onde o cliente procura o produto feito à medida, onde as empresas procuram servir o cliente de acordo com o perfil individual, e onde os interesses da empresa são secundários face ao desejo daquele cliente.

Ou seja, se existe uma tendência que pode ser bem aproveitada pelos nossos empresários, em particular, os que tem a coragem de se instalar, em regiões fora dos grandes centros urbanos, é esta. Estar instalado num qualquer distrito do Alentejo já não é uma fragilidade, porque o consumidor já não considera relevante a origem, em função daquilo que tira do ato de consumir, e aqui é bem sabido que sabemos fazer bem e sabemos adicionar os atributos que nos podem colocar nesse foco.

Saibam os decisores mudar a forma de fazer, que certamente passaremos a ser um pais de foco de atenção dos nossos potenciais clientes.

Imagem de capa de pescadordebits.com