6 Junho 2016      13:36

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O DIA DO RESGATE DA EUROPA

Em linguagem militar, Dia D, significa o dia da decisão, o dia de início de uma operação militar de combate.

A sua utilização remonta à Primeira Grande Guerra e foi utilizada pelo exército norte-americano “D-Day”. Hoje em dia, a expressão vulgarizou-se de tal modo que é utilizada de modo geral por toda a sociedade para enunciar um dia em alguma coisa se desenvolverá ou acontecerá.

Hoje, 6 de junho, celebra-se o aniversário de um dos “Dias Ds” mais importantes da história do mundo: os 72 anos do Desembarque na Normandia, por parte das tropas aliadas, em plena 2ª Guerra Mundial.

 

 

Em 1944, com o nome de código Overlord, os Aliados entravam em França pela sua costa norte e é considerada como a maior invasão marítima da História.

Cerca de 150 mil soldados, desembarcaram na costa da Normandia, França, ao longo de um dia e meio, através de 6 mil navios britânicos, norte-americanos, franceses, polacos, noruegueses, gregos e holandeses. No total, a frota era constituída por: 6 Couraçados, 23 cruzadores, 104 contratorpedeiros, 152 fragatas e corvetas, 97 draga-minas, 5000 barcos e navios diversos.

De dentro destes barcos, e além dos soldados, desembarcaram cerca de 20.000 veículos – entre eles os míticos Jeep Willys - e a operação teve ainda o apoio aéreo de 5000 aviões.

Esta operação – cuja planificação foi discutida e tratada pelos mesmíssimos Winston Churchill e Franklin Roosevelt – abriu uma nova frente de guerra em plena França ocupada. A definição do ataque e o plano de estratégia ficou a cargo do tenente-general inglês Frederick Morgan e foi o general norte-americano Dwight Eisenhower que chefiou as forças aliadas.

 

Cemitério e Memorial aos Soldados Norte-Americanos, Colleville-sur-Mer, na Normandia,  Imagem © Rui Praxedes.

 

O desembarque na Normandia foi um dos momentos chave, senão mesmo o momento crucial para a existência de um mundo livre e com apoio russo de Josef Stalin que já havia incentivado e encorajado uma operação em larga escala deste género para acabar com o império nazi de Hitler.

Esses, os alemães, desconfiavam de algo mas hesitaram entre deslocar as forças para o norte de França – local onde ocorreria o presumível ataque – o deixá-las mais recuadas de modo a puderem reagir caso esse ataque ocorresse noutro sítio.

Mas também aqui os Aliados haviam planeado bem a invasão, pois foi criada uma “diversão” para confundir os alemães e que consistia na divulgação de planos para um desembarque em Pas-de-Calais.

Esta invasão, de nome Fortitude, seria liderada pelo General Patton e para a levar a efeito os aliados criaram e utilizaram barcos e tanques falsos de madeira, plástico ou lona a leste da Inglaterra para confundir aviões espiões alemães. Ao longo de todo o dia, Idosos ex-militares e na reserva enviaram mensagens falsas via rádio entre si. Esta falsa operação foi de tal modo bem montada e criou tal confusão nos alemães que, passadas duas semanas da invasão pela Normandia, partes do exército alemão ainda esperavam o desembarque dos aliados em Pas-de-Calais.

 

 

Apesar de uma reação algo tardia à invasão, os alemães infligiram pesadas baixas aos aliados, pois Rommel – conhecido como a “Raposa do Deserto”, um dos mais conceituados líderes do exército alemão e que, contra a opinião de Hitler (defendia que o ataque seria em Pas-de-Calais) sempre disse que o ataque seria pela Normândia - esperava pelos aliados com a famosa “muralha do Atlântico”, uma linha de defesa das tropas alemãs que se estendia desde a fronteira franco-espanhola até à Noruega (mas que nunca ficou completamente construída).

A opção inicial discutida na Conferência de Teerão, em finais de 1943 – com Churchill, Roosevelt e Stallin - teria sido um ataque massivo pelos Balcãs, proposta de Churchill e que Stallin, que tinha empurrado recentemente o exército alemão para fora da Rússia, prontamente recusou.

Foram ainda utilizadas senhas especiais, divulgadas por rádio, na véspera do ataque, como os quatro acordes iniciais da Quinta Sinfonia de Beethoven, as palavras “Mickey Mouse” e o verso “Les sanglots longs des violons de l’automne blessent mon coeur d’une langueur monotone”, de Paul Verlaine.

 

 

São vários os filmes ou jogos que reeditam este episódio da História do Mundo e alguns filmes como  “O Resgate do Soldado Ryan”,  “O Dia Mais Longo”, “ Irmãos de Armas”, “O Desafio das Águias” ou “O Dia D”.

 

Imagens Documentais © Time Life Pictures, Time & Life Pictures. Diposnível aqui.

Aconselhamos ainda a galeria do "Imperial War Museums".