4 Março 2023      12:22

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O Centralismo na aplicação do PRR para quem tem dúvidas

Há dias atrás li esta notícia no JN – Jornal de Notícias o seguinte: A Capital tem direito a 2225 milhões de euros, o mesmo valor que 284 concelhos juntos. A "Bazuca" dá mais ao litoral, mas o interior é que está a executar melhor.

O concelho de Lisboa é, de longe, o que vai receber mais verbas do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).

Outra notícia, esta no Jornal Expresso, também muito recente, referia: Mais de 80% deste montante pago pela ‘bazuca’ europeia foi captado pela capital. O distrito de Lisboa recebeu, até à data, €277 milhões da ‘bazuca’ europeia no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR). Dá uma média na casa dos €120 por habitante, pelas contas do Expresso, com base nos dados do Portal Mais Transparência em constante atualização.

Há muito que tenho referido, O Metropolitano de Lisboa e a Infraestruturas de Portugal (IP) são os maiores beneficiários do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), com financiamentos de, respetivamente, 554 e 395 milhões de euros, segundo dados do Portal Mais Transparência.

No que se refere ao PRR, segue-se o Metro do Porto, com 365 milhões de euros para dois projetos, e o Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP), com 324 milhões de euros também para dois projetos.

No que respeita à coesão territorial, o PRR pouco estimula o mundo rural e de baixa densidade populacional. Em nada apoia a sua promoção, condenando, definitivamente, as aspirações de todo o Interior - a que corresponde cerca de 60% do território, 20% da população, 20% das empresas e 14% do pessoal ao serviço das empresas -, onde se gera riqueza para ser depois aplicada no Litoral.

O PRR, a famosa ´´bazuca´´, continua a ser mais um projeto promotor da centralização dos investimentos no Litoral, tendo a capacidade de mentir, sobretudo quando refere que promove o "desenvolvimento harmonioso do território nacional".

O PRR, com os argumentos da descarbonização e digitalização é, sem dúvida, muito poucochinho para as necessidades do interior. Não vai ter quaisquer impactos no que respeita á reversão do ciclo demográfico e de isolamento a que tem sido votado,

Estamos pente um programa (PRR) que esquece a economia e o interior. Apresenta uma visão enviesada e redutora do País.

Mais um desperdício para as regiões do interior e de baixa densidade demográfica. Não vai promover a coesão territorial. Antes pelo contrário, vai alargar as diferenças.