"O Alentejo e a Luta Clandestina – António Gervásio, um Militante Comunista” da autoria do jornalista Luís Godinho é lançado no próximo dia 4 de Dezembro pelas 18h30 na Biblioteca Municipal Almeida Faria, Montemor-o-Novo.
"Nascido em 1927, António Gervásio torna-se militante comunista com 18 anos de idade e, em 1952, passa a funcionário do partido, o que o obriga a entrar na clandestinidade. Preso em 1960, é torturado e espancado em plena sala do tribunal por denunciar os métodos da PIDE. No final do ano seguinte consegue escapar da prisão de Caxias, juntamente com outros militantes comunistas, numa fuga ardilosa onde o grupo utiliza um carro blindado que tinha pertencido a Salazar.
Regressa ao trabalho partidário e é um dos dirigentes da luta que envolve dezenas de milhares de trabalhadores agrícolas do Sul do País, mobilizados pelo fim do trabalho escravizante de sol a sol. Denunciado por um camarada, é novamente preso em 1971, sendo brutalmente espancado e submetido à tortura do sono durante 18 dias e 18 noites. Sai da prisão de Peniche com o triunfo da Revolução dos Cravos. É deputado constituinte, eleito pelo círculo de Portalegre, deputado à Assembleia da República, pelo círculo de Évora, e um dos ativistas do movimento da Reforma Agraria.
Foi membro do Comité́ Central do Partido Comunista Português entre 1963 e 2004. Resultado de um conjunto de entrevistas com António Gervásio e de um intenso trabalho de pesquisa documental, esta biografia traça o perfil pessoal e político de um homem cuja vida se confunde com a história do PCP e com as lutas do operariado agrícola nos campos do Alentejo."
Luís Godinho nasceu em 1970, em Arraiolos. Jornalista desde 1988. É diretor do Diário do Alentejo. Trabalhou como correspondente no Alentejo para a SIC, Diário de Notícias, 24 horas e Público. Co-autor do livro António Arnaut – Biografia (2017). Realizador e argumentista de uma dezena de filmes documentários, entre os quais “O Salto” (premiado no Festival Internacional de Curtas-Metragens de Faro), “Aldeia Eterna” (inserido nas comemorações oficiais do centenário do nascimento de Vergílio Ferreira) e “Cartas” (produzido no âmbito dos 250 anos da publicação de Les Lettres Portugaises, cinco cartas de amor escritas por Soror Mariana Alcoforado). Membro da Assesta – Associação de Escritores do Alentejo.