12 Outubro 2019      17:53

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O alentejano Garcia da Horta vai ter Centro Interpretativo em Castelo Vide

Nascido em Castelo de Vide, lá por volta de 1500, Garcia de Orta foi um importante médico português que viveu na Índia e que foi pioneiro nas áreas da botânica, farmacologia, medicina tropical e antropologia, tendo revolucionado boa parte da medicina europeia e mundial da época.

Os seus pais eram cristãos-novos (judeus convertidos) da raia espanhola (Valência de Alcântara e Albuquerque) e que, provavelmente por terem sido expulsos de Espanha, vieram viver para o Alentejo.

Garcia da Horta frequentou as universidades de Salamanca e de Alcalá, e estudou gramática, artes e filosofia natural, tendo-se licenciado em medicina em 1523. Praticou o seu ofício em Castelo de Vide de 1523 a 1526 e depois, depois de ter obtido a licença de médico, mudou-se para Lisboa, onde se tornou médico do rei D. João III e conheceu o matemático – e igualmente alentejano, de Alcácer do Sal - Pedro Nunes.

Em 1534, embarcou para a Índia com a função de ser médico pessoal de Martim Afonso de Sousa – outro alentejano, de Vila Viçosa – e que viria a ser capitão-mor do mar da Índia e, posteriormente. Foi estabelecendo-se em Goa que Garcia da Horta travou amizade com Luís de Camões e que se tornou um médico conceituado em Goa, sendo médico de figuras relevantes do meio político e social oriental e o vice-rei Pedro Mascarenhas, concedeu-lhe o foro da ilha de Bombaim.

Faleceu em 1568, em Goa, sem ter sofrido o peso da Inquisição, mas após a sua morte a sua família foi perseguida e queimada na fogueira. Em 1580, a Inquisição ordenou mesmo a exumação dos restos mortais de Garcia da Horta e condenou-o, post mortem, à fogueira por judaísmo.

Agora, será na sua terra natal, Castelo de Vide, que será criado o Centro Interpretativo Garcia de Orta.

No edifício das antigas termas, este investimento superior a 340 mil euros – após terem sido gastos cerca de 400 000 euros na primeira fase da reabilitação do edifício – vai assim nascer uma homenagem a mais um ilustre alentejano, num projeto que António Pita, presidente da câmara, considera um projeto estruturante para a localidade, quer pela relevância de Garcia da Horta, quer pela monumentalidade e importância histórica do edifício.

 

Imagem de noticiasdecastelodevide.blogspot.com