Nascido em Castelo de Vide, lá por volta de 1500, Garcia de Orta foi um importante médico português que viveu na Índia e que foi pioneiro nas áreas da botânica, farmacologia, medicina tropical e antropologia, tendo revolucionado boa parte da medicina europeia e mundial da época.
Os seus pais eram cristãos-novos (judeus convertidos) da raia espanhola (Valência de Alcântara e Albuquerque) e que, provavelmente por terem sido expulsos de Espanha, vieram viver para o Alentejo.
Garcia da Horta frequentou as universidades de Salamanca e de Alcalá, e estudou gramática, artes e filosofia natural, tendo-se licenciado em medicina em 1523. Praticou o seu ofício em Castelo de Vide de 1523 a 1526 e depois, depois de ter obtido a licença de médico, mudou-se para Lisboa, onde se tornou médico do rei D. João III e conheceu o matemático – e igualmente alentejano, de Alcácer do Sal - Pedro Nunes.
Em 1534, embarcou para a Índia com a função de ser médico pessoal de Martim Afonso de Sousa – outro alentejano, de Vila Viçosa – e que viria a ser capitão-mor do mar da Índia e, posteriormente. Foi estabelecendo-se em Goa que Garcia da Horta travou amizade com Luís de Camões e que se tornou um médico conceituado em Goa, sendo médico de figuras relevantes do meio político e social oriental e o vice-rei Pedro Mascarenhas, concedeu-lhe o foro da ilha de Bombaim.
Faleceu em 1568, em Goa, sem ter sofrido o peso da Inquisição, mas após a sua morte a sua família foi perseguida e queimada na fogueira. Em 1580, a Inquisição ordenou mesmo a exumação dos restos mortais de Garcia da Horta e condenou-o, post mortem, à fogueira por judaísmo.
Agora, será na sua terra natal, Castelo de Vide, que será criado o Centro Interpretativo Garcia de Orta.
No edifício das antigas termas, este investimento superior a 340 mil euros – após terem sido gastos cerca de 400 000 euros na primeira fase da reabilitação do edifício – vai assim nascer uma homenagem a mais um ilustre alentejano, num projeto que António Pita, presidente da câmara, considera um projeto estruturante para a localidade, quer pela relevância de Garcia da Horta, quer pela monumentalidade e importância histórica do edifício.
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