4 Dezembro 2019      10:13

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Número de insectos polinizadores aumentou 130% no País

Há três anos que estão a ser estudados os insectos que têm um papel relevante na nossa agricultura e segundo este estudo observou-se um aumento significativo na diversidade de insetos nas diferentes culturas. Em todos os grupos de insetos houve um aumento significativo das espécies, graças à sementeira destas margens multifuncionais. Muitas destas espécies são insetos polinizadores, auxiliares e inclusive endémicos. Na parcela do ensaio na Herdade do Pinheiro, em Alcácer do Sal, foram encontradas pela primeira vez em Portugal espécies de abelhas silvestres como Tenthredo baetica, Andrena albopunctatassp. melona ou Panurgus banksianus, bem como a borboleta Cynthia virginiensis, que emigra desde os EUA”, de acordo com a Syngenta em comunicado. a empresa responsável pelo projeto.

Segundo o Vida Rural, em três anos de monitorização das espécies de insetos auxiliares nas explorações agrícolas verificou-se que o número total de espécies de insetos aumentou 130% devido à instalação de margens multifuncionais em apenas 5% da área agrícola.

Os resultados são do projeto Operation Pollinator (OP), uma iniciativa da Syngenta, iniciado há 10 anos para incrementar a biodiversidade nos campos agrícolas da Península Ibérica, e foram apresentados em Madrid, no XI Congreso Nacional de Entomología Aplicada, que decorreu em novembro, organizado pela Sociedad Española de Entomología Aplicada (SEEA) na Escuela Técnica Superior de Ingeniería Agronómica, Alimentaria y de Biosistemas.

O Operation Pollinator é um programa internacional para extensão da biodiversidade nos campos agrícolas, que pretende incrementar as populações de insetos polinizadores no setor. O projeto baseia-se no estabelecimento de habitats específicos para insetos polinizadores em zonas cultivadas, procurando fornecer alimento e refúgios naturais para os polinizadores, bem como fomentar a presença de outros artrópodes auxiliares (predadores e parasitóides).

O estudo apresentado foi realizado ao longo de três anos em 10 parcelas agrícolas e em diversas culturas (pomares, hortícolas, vinha e cereais), em Portugal e Espanha.

“Foi seguida uma metodologia científica, com colheita de amostras dos insetos presentes em cada margem florida semeada; posteriormente cada inseto foi identificado em laboratório e classificado por categoria: polinizadores, auxiliares (predadores de pragas) ou endémicos (espécies presentes apenas em áreas restritas de uma região). .

Verificou-se que os Himenópteros (abelhas, vespas, formigas) aumentaram 170%; os Lepidópteros (borboletas) 96%; os Coleópteros (escaravelhos) 115%, os Dípteros (moscas) 252%, e os neurópteros, grupo de insetos menos numeroso, aumentaram 66%.

Nas 10 parcelas estudadas foram semeadas margens com espécies herbáceas especialmente adaptadas a cada zona climática e com capacidade de atrair uma grande diversidade de insetos polinizadores e auxiliares, graças à produção de pólen e néctar (Viñuela et al., 2012, 2014).