1 Agosto 2021      10:30

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Novo turismo rural ocupa metade de aldeia alentejana

A aldeia de São Brás do Regedouro, a 20 quilómetros de Évora, é hoje um projeto de turismo de aldeia que arrancou a 8 de julho, pela mão de Vítor Aguda.

Em declarações ao portal New in Town, o responsável afirma: “quando comecei este negócio, visitei aldeias lindíssimas, mas que eram insucessos porque não tinham habitantes, não tinham vida”. Não é o caso desta aldeia, cujos habitantes organizam regularmente jogos tradicionais, bailes e festas.

“Apesar de uma aldeia de passagem, tem algo extremamente importante: proporciona um turismo de experiências, experiências com pessoas da aldeia”, sublinha o gestor.

A autarquia impôs essa condição, avisando que o projeto não vingaria se os próprios locais não o “agarrassem”. “Não basta ter casas bonitas, é a envolvência que conta”, menciona o responsável.

Contudo, este turismo de aldeia deveria ter arrancado em 2020, tendo sido adiado e, apesar de já estar a receber hóspedes, a covid-19 impede ainda que muitas das experiências sejam vividas.

Vítor Aguda ficou encarregado de 15 casas, algumas “com 400 anos de história”, divididas por três zonas da aldeia, da igreja à margem do pequeno ribeiro que ali corre. A traça foi preservada ao máximo, as paredes irregulares, os nichos, os buracos das trancas e as chaminés deram lugar a duches.

No entanto, toda a decoração adotou uma linha contemporânea, minimalista e confortável. Numa das casas, na sala desponta uma enorme rocha com mais de um metro de altura. Destacam-se as paredes propositadamente vazias, ocasionalmente decoradas com esculturas. “Têm a rusticidade das casas antigas, mas não é a casa tipicamente alentejana, até porque essas casas eram extremamente pobres”, nota o gestor.

As áreas das 15 casas variam entre os 35 e os 80 metros quadrados, em tipologias T0, T1 e T2. Ao todo, a aldeia suporta mais 45 hóspedes, que se vão juntar aos mais de 70 habitantes fixos da aldeia.

Existe ainda uma zona de receção, uma piscina — que Vítor equipara a um tanque mais tradicional —, esplanada, zona de massagens e um centro interpretativo da história da aldeia. Previsto mas ainda por inaugurar está o restaurante, que irá “servir de ponto de encontro onde as pessoas possam conviver umas com as outras”.

Será igualmente neste restaurante que os hóspedes podem encomendar refeições a partir de uma app apenas para o propósito. Além de permitir encomendar todo o room service, indica todos os pontos de interesse da aldeia e da região.

Quando tudo estiver em pleno funcionamento e a pandemia permitir, São Brás do Regedouro ajudará a levar os hóspedes em experiências que, explica Vítor, devem ser vividas “durante uma semana” e não apenas com a visita fugaz de fim de semana.

Os preços da estadia variam entre os 95€, preço dos estúdios na época baixa, aos 200€ dos T2 mais espaçosos em época alta.

 

Fotografia de nit.pt