Vivem-se dias históricos em Cuba. Encontra-se neste momento em curso um processo de revisão da Constituição e com medidas que muitos de nós dificilmente imaginaríamos no regime cubano.
Na nova Constituição cubana vai desaparecer o termo comunismo como sistema obrigatório de governação.
Vai ser inserido o conceito de propriedade privada, como forma de defesa dos interesses dos cidadãos e dos seus investimentos.
Irá ser criada a figura do primeiro-ministro, tornando o regime cubano em algo semelhante a um regime semi-presidencialista (no entanto com a ressalva do actual governo que a figura do Presidente manterá poderes e não será apenas um elemento figurativo).
Por fim, outra das alterações divulgadas será a possibilidade de casamento entre pessoas do mesmo sexo.
Todas estas medidas serão submetidas a referendo popular, após discussão e aprovação nos órgãos constitucionalmente definidos.
Estas alterações, a concretizarem-se e ao serem postas em prática, marcarão sem dúvida uma alteração e uma época de abertura numa das mais antigas ditaduras comunistas em toda a História.
Há ainda muitos passos a dar. Basta olhar para a média de idades dos membros do Governo (todos acima dos sessenta anos) para percebermos que a mudança de mentalidades ainda não se encontra presente em todos os campos.
O povo cubano ainda vive no limiar da pobreza e com a escassez de meios por todos conhecida.
As dúvidas sobre a verdadeira implementação destas medidas são inevitáveis no entanto, só o facto de se estarem a discutir estas temáticas é um grande passo no caminho para a diminuição do poder ditatorial.
A História poderá efectivamente ser feita.
Aguardamos todos ansiosamente para ver se estas medidas passarão do papel e se novas medidas na mesma onda virão.