3 Maio 2022      20:26

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A nossa Liberdade é a sua

3 de maio é Dia Mundial da Liberdade de Imprensa. Não é um dia de celebrações sociais, nem se encontrarão muitas referências onde quer que seja a este dia.

Se não percebe que importância tem a Liberdade de Imprensa na sua vida observe os acontecimentos recentes na Rússia, onde uma imprensa controlada pelo status faz vender a notícia e a história que serve o seu interesse e interesses. A não verdade, a meia verdade, a falsa notícia é inimiga da Democracia, da Liberdade; é inimiga do leitor, do cidadão.

Este dia foi criado em 1993, pelas Nações Unidas com base no artigo 19 da Declaração Universal dos Direitos Humanos: “Todos os seres humanos têm direito à liberdade de opinião e expressão; este direito inclui a liberdade de, sem interferência, ter opiniões e de procurar, receber e transmitir informações e ideias por quaisquer meios e independentemente de fronteiras.”

Se acha que a Liberdade está garantida, os acontecimentos a leste mostram-lhe que não. Quer na Ucrânia com a invasão, quer na Rússia com o controlo dos meios de comunicação do sistema de Putin (na Polónia e na Hungria os Governos têm também exercido muita pressão sobre os media), fica evidente que este exercício de ser em Liberdade pode ter um fim e, todos, temos que que impedir que aconteça.

Mas se o controlo dos media russos e difusão de notícias e dados falsos nos media deste país são criticáveis e inimigos da democracia, também a proibição de difusão destes órgãos na Europa o é, não sendo possível avaliar ambos os lados de um conflito e acabando por ter a Europa uma só versão, por muito que a outra seja manipulada.

Na Rússia, não só jornalistas têm sido perseguidos, ameaçados, postos de parte; muitos desapareceram, e foram mesmo assassinados, sendo o nome mais conhecido o de Anna Politkovskaya.

Mas também na guerra muitos jornalistas perderam já a vida, e não vítimas de bombardeamentos, mas sim de disparos intencionais e conscientes, independentemente de estarem bem identificados quer na sua indumentária, quer na identificação dos seus veículos. A informação, a verdade, é inimiga de quem está a fazer errado, de quem sabe que está errado, mas que não quer que o mundo saiba. A informação e a liberdade para a construir é uma ferramenta de poder social inimiga dos opressores e de ditadores. O acesso ao jornalismo livre promove a igualdade de acesso ao conhecimento, a compreensão do mundo que nos rodeia.

Só um jornalismo sério dá conta desse mundo; um jornalismo dependente ou exclusivamente preocupado com os lucros, dá conta do mundo que lhe convém e, como disse o Marquês de Maricá, “Num povo ignorante a opinião pública representa a sua própria ignorância.”

Uma saudação a todos os jornalistas que não podem realizar o seu trabalho em Liberdade e a todos os que, em nome da informação, arriscam as suas vidas em cenários como o da Ucrânia - na pessoa do jornalista Pedro Moutinho, da CNN, na foto - como colega, mas sobretudo como cidadão: obrigado! Bem hajam!

 

Imagem da CNN Portugal