24 Junho 2016      14:47

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NO ART LIMIT É MADE IN ALENTEJO

São o Nelson Santiago (Alien), o Hugo Correia (Obar), o Rui Pinto (Saldoce) e o Bruno Agostinho (Eko). Têm entre 30 e 34 anos, vivem maioritariamente em Vila Nova de Santo André (Santiago do Cacém) e para eles a arte não tem limites. São os criadores dos graffitis cujas imagens podemos ver reunidas em https://www.facebook.com/Noartlimitgraffiti/timeline

Tribuna Alentejo – Têm em comum o gosto pela arte e uma amizade que vos une. Como se cruzaram as vossas vidas?

Nelson Santiago – Eu e o Hugo já somos amigos há alguns anos. O Rui cruzou-se connosco por ser namorado de uma rapariga de Vila nova de Santo André e daí a tornar-se membro foi um pulo. O Bruno já nos conhece desde 2009 quando veio realizar um workshop de graffiti no qual eu e o Hugo participámos e daí a tornar-se parte da família foi um pulo.

 

Tribuna Alentejo – São todos naturais do Alentejo?

Hugo Correia – Somos dois elementos de Santo André, um da Amadora e um da Venda Nova mas temos em Vila Nova de Santo André a nossa “base”.

Tribuna Alentejo – Como e em que altura das vossas vidas começaram a criar graffitis?

Rui Pinto - Foi por amor. (risos) Já pintei em 99/2000 mas nessa altura andava na escola e não havia fonte de rendimento para continuar alimentar o vicio então parei mas nunca deixei de estar ligado de alguma forma ao graffiti, à cultura hip hop. Em 2010 comecei a namorar com uma amiga de longa data. A certa altura ela estava a estudar em Faro e eu, que fui sempre de surpresas, queria fazer mais uma. Lembrei-me de algo original que poucos sabiam da minha vida: o Graffiti. Comprei umas latas numa loja num centro comercial e fui ate faro procurar uma parede para pintar um "doce" para ela. No lugar do "O" pintei um coração e depois levei-a ao local. Claro que o resultado artístico não foi o melhor, pois já não pegava numa lata há 10 anos mas ela amou e eu também. Amei o facto de desde esse dia nunca mais ter conseguido parar. Tanto que nos dias seguintes fui pintar varias peças noutros sítios.

 

Tribuna Alentejo – E o projeto No Art Limit? Como nasceu?

Nelson Santiago - Nasceu da amizade entre mim e o Hugo, entretanto o gosto pela arte fez com que o Rui também passasse a pertencer à equipa fazendo um upgrade ao grupo e mais recentemente juntou-se o Bruno à família, tornando-nos ainda mais fortes e coesos.

 

Tribuna Alentejo – Vocês têm formação em Arte? Como aprenderam a criar estas obras extraordinárias?

Bruno Agostinho - Para aprender Graffiti é na rua, não há curso ou qualquer tipo de formação académica. É na rua que se vai aprendendo e desenvolvendo as capacidades técnicas e criativas para esta arte.

Tribuna Alentejo – No que se inspiram para criar as vossa obras? É o Alentejo uma fonte de inspiração?

Hugo Correia – O Alentejo é e será parte da nossa fonte de inspiração mas temos muitas outras, sejam elas experiências de vida, paisagens, ou pelo meio e influências que nos rodeiam ou rodearam ao longo dos tempos.

 

Tribuna Alentejo – Onde podemos encontrar os vossos graffitis?

Rui Pinto - Os nossos Graffitis estão espalhados quase por todo o país. Sendo Santo André a cidade com mais obras nossas. Mas temos obras pela Amadora, Monte Abraão, Venda-Nova, Centro de Lisboa, Sines, Moçambique, Santiago do Cacém, Minas do Lousal, várias cidades do Norte do país e tantas outras cidades..

Tribuna Alentejo – É possível entrar em contacto convosco e encomendar um graffiti?

Bruno Agostinho - Sim, é possível. Podem fazê-lo através da nossa página no Facebook, e lá responderemos a todas as questões relativas ao trabalhos solicitados

 

Tribuna Alentejo – O que gostariam de dizer a outros jovens que vêem no vosso trabalho uma verdadeira fonte de inspiração?

Nelson Santiago - Agradecemos e esperamos não os desiludir, achamos que não devem desistir nas primeiras tentativas e devem ser humildes o suficiente para aprenderem com quem tenha mais experiência porque só assim se evolui. Devem procurar locais próprios para a prática de graffitis e procurar deixar as paredes sempre um pouco melhor do que aquilo que encontraram.

Tribuna Alentejo – Até onde gostariam que a No Art Limit vos levasse?

Hugo Correia – Gostávamos que a No Art Limit nos leve e eleve até a um patamar de excelência e de reconhecimento global, para isso temos de continuar humildes e trabalhadores como até então temos sido.