Numa era em que se pede tanto, uma coisa ninguém tem o direito de pedir: que se assista ao funeral de um filho e se sobreviva. Culpa máxima e ilimitada! Criar vida para a morte certa, do vazio da inexistência para o vazio pós-morte por um único caminho possível, assente nessa consciência. Impulso leviano (ao coração, se lhe fosse dado pensar pararia, proferiu Pessoa) cravado nos genes com uma força mil milhões de vezes superior à força sub-atómica, tirania escondida bem lá no fundo do que quer que seja – e logo verborreia travestida em desígnio e convencimento de si… Morrer primeiro, ao menos isso.
Nick Cave viu um filho morrer, sabia o que todos sabemos, enfim, um pouco mais do que a maioria, e ainda assim tentou. Eis parte do resultado – a parte que nos convém, num tipo que, entretanto e naturalmente, se desordenou:
“Sunday morning, skeleton tree
Oh, nothing is for free
In the window, a candle
Well, maybe you can see
Fallen leaves thrown across the sky
A jittery TV
Glowing white like fire
Nothing is for free
I called out, I called out
Right across the sea
But the echo comes back in, dear
And nothing is for free
Sunday morning, skeleton tree
Pressed against the sky
The jittery TV
Glowing white like fire
And I called out, I called out
Right across the sea
I called out, I called out
That nothing is for free
And it's alright now
And it's alright now
And it's alright now.”
Imagem de radiorara.cl
Siga o Tribuna Alentejo no e no . Junte-se ao Fórum Tribuna Alentejo e saiba tudo em primeira mão