12 Outubro 2020      12:52

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Moura e Barrancos deverão terminar o ano com desemprego superior a 20%

Moura e Barrancos são dois dos concelhos do Alentejo, que segundo um estudo publicado pela Universidade Nova de Lisboa, deverão encerrar o ano de 2020 com uma taxa de desemprego superior a 20 por cento, adianta a Rádio Pax.

De acordo com o estudo, o agravamento do desemprego (ainda sem reflexo do fim do “lay-off” simplificado nas empresas) surge diretamente associado à pandemia de covid-19.

Álvaro Azedo, presidente da Câmara de Moura, refere que, no concelho, “algumas empresas e negócios fecharam devido à situação que se está a viver. Em consequência da pandemia muitos dos negócios retraíram-se, não só neste concelho como em todos do distrito”.

O autarca refere ainda que está “a procurar estruturar a dinâmica empresarial direcionada para o turismo e desenvolvimento dos produtos. O objetivo é garantir que nos próximos anos se consiga minimizar este número elevado de pessoas desempregadas”.

Já em Barrancos, o desemprego “é uma realidade que se tem vindo a agravar nos últimos anos”. O presidente da Câmara, João Serranito Nunes, fala em “problemas de fundo” que se têm vindo a arrastar “ao longo dos tempos”.

O autarca diz que a autarquia “tem adotado algumas medidas de emprego direto, mas infelizmente não abrange toda a mão-de-obra disponível”.

Segundo as previsões da Nova Information Management School, a taxa de desemprego em Portugal continental deverá ultrapassar os 10 por cento no final do ano. Em agosto o número de desempregados inscritos nos centros de emprego do Alentejo aumentou 27,2 por cento face ao mês homólogo de 2019.

Os dados do Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP) revelam que na região estavam inscritos nos centros de emprego 18 156 indivíduos, mais 3 888 que em agosto do ano passado. Comparativamente ao mês anterior, o número de inscritos aumentou 0,9 por cento, o que corresponde a mais 161 inscrições.

Quanto às ofertas de emprego na região Alentejo, houve uma diminuição de 14,4 por cento face a agosto de 2019. Contudo, comparativamente a julho, as ofertas de emprego aumentaram 4,3 por cento.

 O IEFP refere ainda que, para o aumento do desemprego registado no país, “contribuíram todos os grupos de desempregados, com destaque para as mulheres, os adultos com idades iguais ou superiores a 25 anos, os inscritos há menos de um ano, os que procuravam novo emprego e os que possuem como habilitação escolar o ensino secundário”.

No final de agosto, Moura apresentava o maior número de desempregados (1042), seguindo-se Sines (829), Mourão (163) e Barrancos (77).

Arnaldo Frade, delegado regional do Alentejo do IEFP, reconhece que “a pandemia que estamos a viver provocou graves problemas na economia que se repercutem no emprego/desemprego. A redução drástica e em certos casos a paragem da atividade das empresas provocou um aumento de desemprego no país e na região Alentejo”.

Para o responsável, o crescimento do número de desempregados “é uma consequência direta da pandemia”. Arnaldo Frade refere também que o Instituto de Emprego e Formação Profissional “procura ajudar as entidades [empregadoras] a lutar contra as adversidades no sentido da preservação do emprego, bem como os cidadãos a reorganizar a sua vida e a readquirirem o seu posto de trabalho”.

 

Fotografia de regiao-sul.pt