13 Maio 2021      09:54

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Ministro defende “universidade sem muros” em Évora

O ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor, que esteve na passada quarta-feira na Universidade de Évora, defendeu uma maior articulação entre o conhecimento e as empresas, “uma exigência da pandemia”, e pediu um esforço acrescido para trazer mais jovens para o Ensino Superior.

Segundo a Renascença, no âmbito de uma sessão de lançamento do Portal do Emprego da Universidade de Évora (UÉ), o governante desafiou as instituições de Ensino Superior a adotar “um novo posicionamento”, conjugando conhecimento com empreendedorismo.

“Se a pandemia nos obrigou a exigir uma nova articulação entre a ciência fundamental e as empresas, exige-nos, cada vez mais, um novo posicionamento para formar mais e melhor e reduzir as taxas de abandono escolar, o que só se faz em estreita articulação com os empregadores”, referiu Manuel Heitor.

No encerramento de um debate sobre parcerias e atividades com “spin-offs” e empresas da região, o ministro defendeu ainda a necessidade de “uma universidade sem muros” aliada a “uma colaboração institucional”, como contributo para “um mundo melhor, com mais e melhor emprego, mais e melhor riqueza, articulando com metas e objetivos claros.”

O ministro lembrou também que “temos em curso um ano letivo sem precedentes no contexto português, onde houve a maior adesão de sempre da população portuguesa ao Ensino Superior”, acrescentando que “nunca tínhamos tido uma adesão tão grande ao Ensino Superior e, finalmente, atingimos também a meta a que nos tínhamos proposto, ou seja, ter mais de 40% da população, entre os 30 e os 34 anos, com um grau de ensino superior completo”.

Para o governante, esta é “uma ambição” para seguir: “se este ano letivo, muitos jovens optaram por vir estudar, é preciso continuar, para que possamos nos próximos anos atingir pelo menos 60% dos jovens, com 20 anos de idade, a participar no Ensino Superior”.

Além disso, “o conhecimento cria emprego e cria emprego qualificado, por isso a missão e a corresponsabilidade de criar emprego é cada vez mais uma missão coletiva”, sublinhou. “Precisamos de uma universidade sem muros, onde se cria emprego, se faz investigação, mas também se cria valor e se colabora com instituições que tem as mais variadas tipologias”, adiantou.

É neste âmbito que surge o Portal de Emprego para estudantes e ex-estudantes, uma plataforma informática que quer promover a empregabilidade e que faz ainda mais sentido no âmbito da crise económica provocada pela pandemia de covid-19.

De acordo com a reitora da UÉ, Ana Costa Freitas, “mais uma vez, vai haver dificuldade em encontrar emprego pois estamos a atravessar uma crise e isto é importante para os estudantes, mas também para as empresas perceberem a mais-valia que são os nossos alunos”.

Assim, a reitora não tem dúvidas de que a iniciativa “abre pontes para outras colaborações”, realçando a existência de “uma maior interação”, o que facilita aos “alunos a procura de uma colocação assim que saírem da universidade”.

O Portal de Emprego pode oferecer as primeiras oportunidades de inserção na vida profissional, assim como para as empresas que procuram perfis específicos e/ou diferenciados de formação.

Para agilizar todo este processo, a UÉ conta também com o importante contributo do seu Gabinete de Apoio à Inovação, Cooperação e Empreendedorismo. Através do GAITEC, os estudantes da academia alentejana podem ter acesso a um conjunto de ofertas de estágio e de oportunidades de emprego nas mais diversas áreas, em Portugal e no estrangeiro.

Ana Costa Freitas revelou ainda à Renascença que o período de desconfinamento, “por enquanto, está a correr bem”, na Universidade de Évora, embora não esteja a ser fácil. “Não, não é fácil, nem para os alunos nem para os professores. Não estamos com as aulas totalmente presenciais, e o desconfinamento tem sido gradual, tendo em conta que não temos condições de ter todos presencialmente, pois era preciso manter o distanciamento nas salas”, adianta.

Ana Costa Freitas confirma que ainda “há muitas aulas online”, o que “é complicado para os alunos”. Sobretudo para “os que são de fora, mais de 50% são de fora”, apesar de estar “tudo a correr o melhor possível”.

 

Fotografia de postal.pt