O projeto, desenvolvido em parceria pelo município de Mértola e pelo Centro de Investigação em Biodiversidade e Recursos Genéticos da Universidade do Porto (CIBIO InBio), representa um investimento global de 4,2 milhões de euros e tem financiamento comunitário, através do programa operacional Alentejo 2020.
A comissária europeia da Política de Coesão e Reformas, Elisa Ferreira, referiu que a futura estação biológica de Mértola ilustra como utilizar os fundos de coesão e fazer a convergência europeia.
Para Elisa Ferreira, a EBM é um projeto simbólico e exemplar, que pode estimular o desenvolvimento de uma região com potencialidade, mas que não tem conseguido gerar suficientes oportunidades de emprego e trabalho aos jovens.
A governante disse igualmente ser necessário multiplicar exemplos como a EBM em Portugal, assim como não desistir e acreditar sempre que não há territórios condenados.
As obras para a criação da EBM deverão estar concluídas dentro de 18 meses, estando prevista a reabilitação do edifício dos antigos celeiros e silos da EPAC, na margem do rio Guadiana, em Mértola, onde serão instalados laboratórios, áreas de ‘coworking’ e sociais.
O projeto visa a criação de uma unidade de valorização e transferência tecnológica focada nas áreas da biologia ambiental e da biodiversidade, da agroecologia, da gestão de recursos silvestres e da cinegética.
O objetivo é apoiar e promover a investigação científica e a transferência de tecnologia de suporte a estratégias de transição agroecológica, com enfoque na regeneração dos ecossistemas, particularmente, os situados em contextos de baixa densidade, de clima semiárido e árido mediterrânico, vulneráveis aos fenómenos da desertificação e das alterações climáticas.
O projeto inclui ainda a criação da Galeria da Biodiversidade e de uma nova área para as reservas do arquivo e do museu municipais, que custarão mais 3,7 milhões de euros.
Apesar de ainda ir ser construída, a EBM já está a funcionar desde abril de 2022, através da associação sem fins lucrativos Estação Biológica de Mértola, que integra, além do município de Mértola e do CIBIO, a Universidade do Porto e a Empresa de Desenvolvimento e Infraestruturas do Alqueva (EDIA).
A associação tem funcionado em instalações provisórias, cedidas pelo município, e, segundo o autarca, tem vindo a desenvolver um conjunto de projetos e colaborações com várias entidades do setor académico e empresarial.