11 Julho 2021      11:22

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“Memórias” de Victor Cameirão em Monsaraz

É na Igreja de Santiago – Galeria de Arte, de Monsaraz, que, até 29 de agosto, está patente a exposição “Memórias”, de Victor Cameirão.

Integrada no ciclo de exposições Monsaraz Museu Aberto, esta exposição é composta por trabalhos em óleo sobre tela e acrílico que poderão ser apreciados diariamente das 9h30 às 12h30 e entre as 14h e as 18h.

 Victor Cameirão, professor aposentado, nasceu em Santo António do Baldio, no concelho de Reguengos de Monsaraz. Desde 1970 que se tornou pintor e tem participado em diversas exposições individuais e coletivas, encontrando-se representado em coleções particulares e institucionais.

 Em “Memórias”, Cameirão faz surgir da sua obra a beleza de Monsaraz e do Alentejo, expresso no colorido e nas formas que traduzem um olhar aguçado sobre a vida e sobre as coisas. A presença da figura humana invoca memórias e sensações bem definidas no texto do poeta Manuel Sérgio: “Expectantes entremos no espaço expositório e olhemos as figuras idóneas, personagens que foram das tradições usanças e costumes neste chão planura avivando-nos a memória.

Num desfile seguro de emoções trazidas à tela por Vitor Cameirão numa sementeira de traços, vivências e tons como um grito d’alma, que ecoa pelo coração da terra abraçando profundamente o solo arável do homem. Pela moldura ecuménica da ceifa, onde as mulheres obstinadas vencem a solidão que os rostos soletram quando o céu de palha abrange os corpos pelas horas que levam à eira o ouro das espigas que em molhos de vida, pão hão-de ser.

O pintor reguenguense leva-nos num concerto de sensibilidade agrária até à suprema beleza dos girassóis quase luz etérea a fugir do retábulo. Sobrevoando o assimétrico casario da urbe com asas de profunda claridade, saímos enriquecidos desta exposição na qual Vitor Cameirão se afirma e nos afirma ser um pintor de referência maior para quem o Alentejo e a secular Monsaraz são o Castelo que debulha a criatividade das formas que nos oferece e nos embala os sentidos”.