30 Novembro 2020      11:53

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Medidas (de distanciamento) sem fitas

Como amplamente divulgado pelas autoridades, as medidas de distanciamento são das mais efetivas na redução da transmissão da COVID-19.  A recomendação da DGS indica que se deve manter uma distância de pelo menos 2 metros das outras pessoas, contudo, o que se vem observando, um pouco por todo o lado, é o desrespeito desta recomendação. Alguns, mesmo que queiram, não podem cumprir e são obrigados a permanecer, horas a fio, a menos de 2 metros de outros, como se verifica, por exemplo, nas salas de aula. Outros, podendo manter o distanciamento, optam por não o fazer colocando-se em risco e colocando outros em risco. Não querendo colocar a hipótese de falta de civismo, prefiro pensar que se trata apenas de falta de conhecimento de como medir 2 metros, sem ter uma fita métrica à mão.

A necessidade de medir será quase tão antiga quanto a Humanidade, e nesses primeiros tempos o Homem não dispunha de instrumentos específicos para realizar medições. Aspirando ao rigor, o Homem procurou estabelecer padrões para grandezas e medidas e, à  falta de outros instrumentos, usou o seu corpo como referência, recorrendo a  palmos, pés, dedos, braços ou passos em função do objecto da medição.

Ao longo dos tempos, diferentes civilizações estabeleceram distintos sistemas de medidas. Entre as mais antigas medidas de comprimento, destacamos a unidade mais usada no Antigo Egipto, o cúbito, que consiste na distância do cotovelo até à ponta do dedo médio (52,3 centímetros), o côvado, correspondente a 3 palmos (aproxim. 66 centímetros) que, segundo o Antigo Testamento, terá sido a referência para a construção da arca de Noé, e duas medidas usadas pelos Romanos, por influência da civilização grega, a polegada (comprimento da segunda falange do polegar da mão do homem)  e o pé (12 polegadas). Note-se que apesar de estas designações serem usadas na actualidade no sistema inglês, os seus valores não correspondem aos do sistema romano. Mais recentemente, no século XII, a jarda foi estabelecida com base na distância da ponta do nariz até ao polegar do Rei Henrique I, de Inglaterra. Após sucessivas correcções, em 1959, a jarda foi definida em função do metro correspondendo a 91,44 centímetros.

Não tem uma fita métrica à mão? Recorra a duas jardas para estabelecer uma distância de aproximadamente 2 metros!

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