25 Janeiro 2023      09:34

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Marvão lança nova Rota do Megalítico

Jorge de Oliveira, arqueólogo

A partir de agora, o concelho de Marvão conta com a Rota do Megalítico, composta por 12 sítios visitáveis, num projeto da Câmara Municipal com o arqueólogo Jorge de Oliveira.

De acordo com a agência Lusa, este roteiro conta com 27 sepulturas megalíticas, três menires e vários abrigos com pinturas rupestres, mas apenas alguns sítios “são visitáveis”.

Jorge de Oliveira, também professor da Universidade de Évora (UÉ) explicou que “queremos dar a conhecer, com este roteiro, oito monumentos (sepulturas megalíticas) porque são os que têm melhor acessibilidade, pois, temos alguns em zonas de muito difícil acesso, propriedades privadas e onde há gado”.

Segundo o responsável, o roteiro apresenta, ao nível da arte rupestre, um aspeto “muito interessante e ao mesmo tempo muito romântico”, estando a mesma arte espalhada naquele concelho em sítios, por vezes, de “difícil acesso”. Por isso, “dificilmente são vigiados e importa que as pessoas os conheçam, mas também importa preservá-los”.

Jorge de Oliveira destacou ainda que, na área da arte rupestre, apenas foi sinalizado o sítio do Abrigo do Ninho do Bufo, onde existe uma pintura “única” em Portugal, que se trata “de uma figura feminina a dar à luz”. Esta pintura encontra-se em pleno Parque Natural da Serra de São Mamede, junto à fronteira com Espanha.

Além destes pontos, o roteiro é também composto pelo “megalitismo móvel”, formado por todo o material já recolhido nas escavações arqueológicas efetuadas ao longos dos anos naquele concelho, podendo as peças ser apreciadas no Museu Municipal de Marvão.

“A nossa aposta é fazer a ligação com o megalitismo de Valência de Alcântara”, em Espanha, indicou o professor, acrescentando que a rota quer também estender essa ligação “aos outros concelhos limítrofes do lado de Portugal, como Castelo de Vide e Nisa, para retomar esse espírito do megalitismo no Alentejo”.

Para o arqueólogo, esta rota vai também “enriquecer” o concelho e contribuir para que os turistas tenham uma estadia “mais prolongada” naquele território.

 

Fotografia de uevora.pt