12 Outubro 2020      08:22

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Manifestação em Évora defende sobrevivência das salas de programação musical

A recém-criada associação Circuito, que representa 27 salas de programação de música de todo o país, vai promover, no próximo dia 17 de outubro, uma manifestação em Évora pela sobrevivência destes espaços, avança a Lusa.

Além de Évora, vão haver também, no mesmo dia, manifestações em Lisboa, no Porto e em Viseu. De acordo com a associação, neste dia, “artistas e audiência esperam na fila para entrar nas salas fechadas, chamando a atenção para a importância destes espaços no tecido cultural e pedindo medidas de apoio para garantir a sua sobrevivência”.

A Circuito deu o nome de “ao vivo ou morto” a esta campanha, que visa juntar a comunidade artística e o público “numa fila/manifestação que pretende sensibilizar para a importância destes locais para a cena musical nacional”.

Esta manifestação é o culminar de uma campanha criada “em resposta à cada vez maior ameaça à sobrevivência de 27 salas de programação de música em todo o país”, e “protagonizada por nomes de vários quadrantes da música nacional como Gisela João, Tomás Wallenstein, Marfox, Yen Sung e Hélio Morais”.

Em Évora, esta “fila” irá formar-se à porta da Sociedade Harmonia Eborense.

É de notar que a associação Circuito é constituída por 27 salas, entre as quais, além daquelas onde vai decorrer a manifestação, o Hot Clube de Portugal, a Casa Independente, o Musicbox, o RCA Club (em Lisboa), o Salão Brazil (Coimbra), o Hard Club, o Barracuda, o Passos Manuel (Porto), o Bang Venue (Torres Vedras), a Casa -- Oficina os Infantes (Beja) e o Alma Danada (Almada).

A Circuito alerta que “a sobrevivência destas salas está em risco iminente”, apelando “à implementação urgente de medidas de apoio e estratégias públicas de proteção e valorização deste setor”. A associação defende “a criação de um programa imediato de investimento nas salas do Circuito, válido até ser autorizada a retoma sustentável da atividade e que garanta a compensação do prejuízo mensal provocado pelos custos fixos de exploração das salas, os quais não foram suspensos ou comparticipados por outros programas”.

Adicionalmente, pretende que sejam também criados “programas de apoio à criação, programação e circulação artística, envolvendo a rede do Circuito com o objetivo de reativar a atividade do ecossistema da música ao vivo nacional, impulsionando a recuperação do Circuito”.

Contudo, a associação ressalva que não defende a reabertura destes espaços “até se decidir que estão reunidas as condições necessárias para retomar a atividade”. Defende-se, antes, “a abertura urgente do discurso político à valorização e reconhecimento formal e definitivo de todas as práticas artísticas, culturais e de socialização, como forma de combate à secundarização e estigmatização das práticas e dos agentes culturais enquanto atores sociais”.