12 Março 2018      12:33

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Liderança reforçada (internamente)

Teve lugar este fim-de-semana o Congresso do CDS-PP.

Assunção Cristas renova o seu mandato à frente do partido com cerca de menos 6 por cento dos votos dos delegados.

Vozes dissonantes, apenas uma que não chegou a apresentar lista por falta do número mínimo exigível para o efeito.

Foi também conhecida a equipa que vai coordenar a elaboração do programa do CDS, sendo que, nos seus elementos se encontra Nádia Piazza, Presidente da Associação das Vítimas dos Incêndios que fustigaram o País em 2017 sendo que este convite foi feito no tal almoço em que Nádia recusou a presença do Primeiro-Ministro.

Novos nomes também surgiram nas listas para as eleições europeias, mantendo-se Nuno Melo como número um dessa mesma lista.

No seu discurso de encerramento Assunção Cristas reiterou a sua vontade de se tornar Primeira-Ministra de Portugal, recusando, por ora, qualquer união com Rui Rio.

Esta afirmação não constitui qualquer surpresa, sendo o CDS um partido que se pretende afirmar como o principal partido da oposição, esta será a estratégia natural.

Surpreendente foi ver agora Assunção Cristas a defender com unhas e dentes a possibilidade de uma união de votos no Parlamento que lhe permita formar Governo.

A surpresa não é pelo levantamento dessa possibilidade mas sim pelo facto de, há muito pouco tempo atrás, a líder do CDS ter afirmado que a união das esquerdas era inconstitucional.

Parece que as suas dúvidas ficaram sanadas…

Como principal argumento para uma eventual vitória nas próximas legislativas, Assunção Cristas refere os seus resultados em Lisboa, em que ficou largos pontos à frente do PSD e reforçou algumas freguesias.

Esquece-se no entanto que estes resultados foram conseguidos não só pelo crescimento do Partido em si, mas principalmente em virtude da fraca imagem da concorrente do PSD a Lisboa.

Não me parece que seja assim tão fácil conseguir estes resultados contra Rui Rio.

Não só porque as sondagens assim o referem mas também porque, para além das críticas baseadas e reforçadas por notícias da comunicação social, continuam a faltar propostas concretas.

Não se pode negar que o CDS aproveitou muito bem o descrédito de Pedro Passos Coelho para conseguir mais votos e uma maior subida nas sondagens no entanto, falta mais, muito mais para que o Partido se firme como principal partido da oposição.

Não obstante a força do Governo e do sucesso das medidas aplicadas, um bom Governo precisa de uma boa oposição para se conseguir uma governação verdadeiramente democrática.

Internamente Assunção saiu reforçada. E a nível nacional? Qual será a estratégia para ser uma verdadeira alternativa?

Fica a vontade. Continuam a faltar as propostas.

Imagem de capa de jornaldeleiria.pt