20 Janeiro 2025      22:02

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Ironia

Irónico, não é? Como linhas se cruzam e explodem vida. Explodem memórias. Ecoam vozes e fala-se de toda uma beleza escrita ao longo nos nossos corpos. 

Lisboa ganhou-me. Sob efeito de um sorriso - que aparentemente - envolve calor e despe simpatia; ganhou. 

Ainda não a querer acreditar no evidente resultado, os meus olhos tímidos enxergam a esperança que resiste. 

- Não, não e não. - É toda a informação que recebo enquanto que sinónimos lutam para aquecerem o meu coração. Ou o que resta dele.

- Avisa-os, por favor. Avisa-os que ela está a voltar. Que pretende cozer tudo o que estiver aberto e agarrar como nunca agarrara. - Soletro cada palavra como estivesse a explicar a metáfora a crianças. Com muita fixação e muito calor, deixando a minha voz encantar todos que o deixem. 

A sublinhar tatuagens inexistentes a olho nu, cobertas de melancolia e angústia, largo o meu leve corpo sob pétalas. Aquecem-me num abraço tão leve quanto elas. O cheiro envolve-me numa solidão saudável. Entre todo este ambiente, permito-me escrever o poema mais profundo sobre a saudade. O arrependimento e a tortura. Que parte de mim e de mim sempre partirá. Irónico, não é?