28 Janeiro 2022      12:32

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Hospital de Évora é o primeiro do interior a usar dispositivo para hérnias ventrais

O Hospital do Espírito Santo de Évora (HESE) foi o primeiro do interior do país a utilizar, no passado dia 20 de janeiro, o dispositivo Fasciotens, usado no tratamento das hérnias ventrais complexas.

Em comunicado, o HESE adianta que foi Rogério Senhorinho, médico cirurgião no hospital, que utilizou o dispositivo pela primeira vez, tendo operado durante toda a manhã na presença de Thomas Aufenberg, médico cirurgião alemão que se dedica à cirurgia da parede abdominal e que já tem experiência na utilização do referido dispositivo.

Citado no mesmo comunicado, Rogério Senhorinho diz que “ainda é cedo para afirmar se este método vai ser adotado no futuro, mas é uma hipótese que tal aconteça porque é uma abordagem inovadora”.

O médico responsável descreve esta experiência como “uma boa aprendizagem e acontecimento, tanto durante a cirurgia como no pós-operatório, pois não houve nenhuma intercorrência durante o procedimento”.

Além disso, o médico sublinha que “a recuperação é mais ligeira. No caso do nosso doente, ele encontra-se bem-disposto e sem dores no primeiro dia de pós-operatório. Em geral, a experiência em Portugal tem sido um pós-operatório com menos dores, menos dificuldades respiratórias, menos intolerância alimentar e alta mais precoce”.

Contudo, Rogério Senhorinho reconhece que “ainda vamos ter que esperar uns anos até esta técnica ser considerada standard no tratamento de hérnias ventrais complexas. No entanto, penso que será uma boa solução para doentes selecionados”.

Note-se que o Fasciotens foi desenvolvido por Dr. Lill e Dr. Beyer, dois cirurgiões alemães, para tratamento das hérnias ventrais complexas e para encerrar defeitos da parede abdominal em recém-nascidos. O dispositivo baseia-se numa ideia simples: “a retração da fáscia, que é quase inevitável no abdómen aberto com o passar do tempo, deve ser contrariada com tração ventral. Para isso, a Fasciotens desenvolveu um protótipo que manteria a fáscia do abdómen aberto sob tensão com o auxílio de um suporte externo e assim evitaria a retração da parede abdominal”, refere o hospital.

 

Fotografia de gruenderfonds-ruhr.com