Raul de Carvalho nasceu em Alvito há precisamente 100 anos, onde começou a redigir os primeiros versos.
O poeta conta com vinte e uma obras publicadas em vida e duas ainda a título póstumo e duas antologias poéticas, Poesia e Realidade Branca.
Raul de Carvalho fez a escola primária em Alvito e trabalhou na Farmácia Nobre Sobrinho e migra mais tarde para Lisboa onde contacta com personalidades ligadas ao meio literário, sobretudo no café Martinho da Arcada. Em 1942 colabora no volume coletivo Contos e poemas de modernos autores portugueses, com o poema marcadamente neo-realista, “Carta”.
Na segunda metade da década de quarenta colabora no volume coletivo Homenagem poética a Gomes Leal e publica a sua primeira obra individual As sombras e as Vozes, muito bem acolhida pela crítica.
Em 1951 funda a revista literária Árvore, com António Luis Moita, António Ramos Rosa e José Terra, revista considerada um dos eixos fundamentais da poesia de cinquenta.
Em 1955 é-lhe atribuído o Prémio Simon Bolívar, reconhecimento extra muros do valor da obra do poeta.
Depois de várias obras publicadas surge uma nova, em prosa – Talvez Infância, impregnada por reminiscências situáveis no período vivido em Alvito.
A preocupação com a condição dos mais desprotegidos é uma constante na vida do poeta, tendo estado ligado a protestos contra a Lei da Segurança Interna, com Natália Correia, Ruy Cinatti e Augusto Abelaira.
A sua inclinação artística pela pintura e pela fotografia fez-se sentir durante os anos vividos em Lisboa.
Raul de Carvalho morreu a 3 de Setembro, na véspera do seu sexagésimo quarto aniversário, em consequência de um ataque cardíaco.