16 Setembro 2018      13:02

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Grutas do Escoural vão continuar abertas

As grutas do Escoural vão continuar abertas aos visitantes após a renovação do protocolo de cooperação para a gestão, salvaguarda e visita pública, assinado entre a Câmara Municipal de Montemor-o-Novo, a Direção Regional de Cultura do Alentejo, a Junta de Freguesia de Santiago do Escoural e a Associação Amigos Unidos pelo Escoural.

A Gruta do Escoural, no concelho de Montemor-o-Novo, foi uma das maiores descobertas arqueológicas realizadas em Portugal, em 1963, e por lá passaram populações ancestrais durante cerca de 50 mil anos.

Estas grutas alentejanas, situadas na Serra do Monfurado, são as únicas em Portugal onde podem ser observados vestígios de arte rupestre paleolítica - entre 25 000 a. C. e os 12 000 anos a. C. - contendo um espólio arqueológico testemunha da ocupação humana com mais de 50 mil anos. Foram acidentalmente descobertas em 1963 e foram classificadas como Monumento Nacional nesse mesmo ano.

Existem mais de uma centena de pinturas inventariadas que permitem estabelecer relação com a época da datação como com imagens semelhantes das mais famosas grutas do mundo como as de Altamira, La Mouthe ou La Pileta.

São cerca de trinta as galerias, além de diversas salas e corredores, em vários níveis, com pinturas de cavalos, bois, linhas geométricas abstratas e signos enigmáticos que se presumem estar ligados a rituais mágicos e religiosos do Homem pré-histórico, podendo o local assumir a forma de um santuário do Paleolítico Superior.

Gravuras de bovinos e cavalos marcam as paredes da gruta e ferramentas líticas e vestígios orgânicos de auroques, hienas, veados e cavalos mostram que o espaço terá sido abrigo de caçadores no Paleolítico Médio. No entanto, terá sido no Neolítico que esta gruta teve uma ocupação mais marcante, tendo sido usada como grande necrópole.

Pela gruta dentro, uma equipa de cientistas e arqueólogos da revista americana procuraram extrair mais informação sobre as pessoas que produziram as gravuras e pinturas do Paleolítico recolhendo amostras que serão depois estudadas em laboratório, recorrendo a uma metodologia molecular inovadora: a sequenciação do DNA metagenómico

Com o envolvimento do laboratório HERCULES da Universidade de Évora, pela primeira vez em Portugal, fez-se um estudo dos pigmentos utilizados nas pinturas rupestres com equipamentos revolucionários e não invasivos e que se vão mostrando um complemento arqueológico importante.

Em simultâneo ao estudo arqueológico, a investigadora Teresa Caldeira faz um levantamento exaustivo de morcegos, crustáceos, roedores, aracnídeos e pequenos mamíferos.

 

Imagem de observador.pt

 

 

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