12 Março 2021      10:12

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Governo disponibiliza 47 milhões para rede de rega da barragem do Crato

Maria do Céu Antunes, Ministra da Agricultura

A ministra da Agricultura, Maria do Céu Antunes, anunciou esta quinta-feira que cerca de 47 milhões de euros vão ser disponibilizados para a rede de rega associada à barragem do Crato, avança o Jornal Económico.

O investimento faz parte de um total de cerca de 470 milhões de euros de verbas que vai ser aplicado n setor, no âmbito do PRR – Plano de Recuperação e Resiliência e do PDR – Plano de Desenvolvimento Regional 2020.

Entre outros exemplos destacam-se os 93 milhões de euros para a inovação e desenvolvimento tecnológico e para o uso eficiente da água e os 17 milhões de euros para medidas de eficiência hídrica no Algarve.

A ministra, falando na Assembleia da República numa audição sobre a estratégia para o setor agrícola nacional, explicou que, quanto ao ‘Pacote Next Generation’, no PDR 2020, “este totaliza 312 milhões de euros, a serem comprometidos em 2021 e 2022, distribuídos por duas grandes áreas: 140 milhões de euros em agricultura biológica e 172 milhões de euros que visam o desenvolvimento económico e social das zonas rurais”.

Em comunicado, o Ministério da Agricultura precisa que “pretende-se promover o acesso a estas linhas em regime de custos simplificados, sendo agilizada a submissão das candidaturas e todo o processamento administrativo até ao pagamento. Ainda no âmbito do PDR 2020 e com a ambição de tornar o setor mais sustentável, competitivo e resiliente, neste quadrimestre, serão abertas candidaturas, designadamente para renovação de tratores, para instalação de redes anti granizo e para instalação de painéis fotovoltaicos”.

O mesmo comunicado adianta também que “o PRR contempla ainda um conjunto de reformas e investimentos transversais que também beneficiam o setor agrícola e os agricultores, como sejam, entre outras, a cobertura 5G, a requalificação e melhoria de competências e a promoção da igualdade de oportunidades”.

Maria do Céu Antunes sublinhou que ainda “o setor não parou”. “Nada faltou na mesa dos portugueses. Aumentámos as exportações de produtos agrícolas em mais de 5% face a 2019. E, no total do complexo agroalimentar, aumentámos as exportações em 2,5% e diminuímos as importações em 4,8%, também face a 2019. Significa que os produtos portugueses são reconhecidos pelos consumidores, que lhes dão preferência. Significa o esforço dos agricultores, produtores e trabalhadores. Significa que a Política Agrícola Comum (PAC) cumpriu o seu papel: garantiu a resiliência e a segurança dos sistemas alimentares”.

Quanto às culturas intensivas, o ministério refere também que “serão apresentados dois trabalhos com reconhecimento e recomendações de boas práticas particularmente direcionadas para as culturas regadas de Alqueva, e, com base nesses estudos, será também apresentada uma resolução do Conselho de Ministros que defina as orientações para o setor e que permita esclarecer, informar e, sempre que necessário, comprometer o agricultor na introdução de práticas que melhorem o seu desempenho no que se refere ao respeito pelos valores da sustentabilidade ambiental, económica e social”.

Por outro lado, “o reforço da sustentabilidade é também uma prioridade inerente à execução do Programa Nacional de Regadios, no âmbito do qual já foram aprovadas 59 candidaturas, beneficiando mais de 67 mil hectares, a que corresponde um investimento público de 392 milhões de euros”.

“Destas, quatro foram aprovadas há poucos dias, relativas ao AH [Aproveitamento Hidráulico] de Mortágua, ao AH da Gardunha Sul, ao AH do Vale da Vilariça e ao Circuito Hidráulico de Reguengos de Monsaraz, no valor de 50 milhões de euros. Acresce a recente aprovação de estudos para a segurança de barragens, no valor de 1,66 milhões de euros, e a promoção de um estudo, de âmbito nacional, sobre as necessidades de investimento e do potencial de desenvolvimento do regadio coletivo eficiente”, indica a titular da pasta.

 

Fotografia de jornaleconomico.sapo.pt