7 Janeiro 2019      15:55

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Fusão da Embraer com a Boeing levanta dúvidas a Bolsonaro

O jornal espanhol “El Confidencial” avançou em maio de 2018 que a gigante norte-americana Boeing poderia estar prestes a dar o “abraço do urso” à gigante brasileira Embraer e ficar com as duas fábricas de Évora – além da OGMA, em Lisboa, e do polo aeronáutico da companhia brasileira em Casablanca, Marrocos.

O jornal espanhol deu mesmo a operação de compra da vertente comercial da Embraer, pela Boeing, como realizada. A Boeing, a grande rival da europeia Airbus, está a dar passos no que parece um implantação na Europa e o negócio que se estaria a preparar desde o início do ano, é uma resposta à compra da Airbus da canadiana Bombardier, concorrente direta da Embraer no fabrico de aviões executivos e de passageiros médios.

Contudo o negócio parece estar a viver um novo impasse, após as declarações do novo presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, que levantou reservas acerca da eventual perda de influência da Embraer para a Boeing, em resultado da fusão. As declarações de Bolsonaro provocaram a queda das ações da Embraer em 5%, na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) na passada sexta-feira e vêm colocar em causa o negócio entre brasileiros e americanos, já que o governo brasileiro possui  uma“golden share” na Embraer, o que precisa do aval do Planalto.

Este negócio já havia sido barrado por uma ação em tribunal no Brasil após a assinatura de um acordo de intenções em julho de 2018 para formar uma joint venture entre as duas empresas aeronáuticas, avaliada em 4,75 bilhões de dólares. O Tribunal Regional Federal da 3ª Região contudo derrubou a decisão da Justiça Federal que impedia o acordo entre as empresas Boeing e Embraer.  

Pelo acordo, a Embraer fica com 20% da joint venture e a Boeing com 80%. A Embraer, por sua vez, abre mão, em favor da Boeing, de toda sua parte comercial (lucrativa) recebendo como pagamento ações que representam apenas 20% do capital da NewCo, sem ter direito a qualquer ingerência na mesma, seja como membro de conselho ou na administração”, afirmou na decisão.

Há seis anos instaladas em Évora, as fábricas da Embraer surgiram de um investimento de cerca de 180 milhões de euros e fábricas de última geração e com alta produtividade, especializadas em estruturas metálicas e materiais compósitos.

 

Imagem de capa da Airway

 

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