Música, circo, dança, performance e outras artes performativas preenchem o 4.º Festival Rascunho, que vai decorrer em Alcáçovas, concelho de Viana do Alentejo, e em Évora, a partir de segunda-feira e até dia 06 de setembro.
O Rascunho - Festival Instável de Artes Performativas, com direção artística de Vanda Rodrigues, é uma iniciativa da Associação Cultural Antípoda, em coprodução com a Câmara de Évora e com apoio da Direção-Geral das Artes (DGArtes).
Este ano, segundo a organização, o certame, que decorreu apenas em Évora nas edições anteriores, “estende-se timidamente” até à vila de Alcáçovas, no concelho de Viana do Alentejo, para o arranque da programação, na segunda-feira.
Entre as 15:00 e as 18:00, o Jardim Público de Alcáçovas vai acolher “Lungo Drom”, que é “um museu que se tornou nómada”, num projeto da companhia Um Coletivo, de Portalegre.
“É uma viatura que incorpora um museu. Quando chegam a um local, montam o museu, com uma tenda, cinema e exposição, e depois são realizadas visitas guiadas a este universo”, explicou hoje à agência Lusa Vanda Rodrigues.
O projeto, acrescentou, serve para “desconstruir preconceitos entre maiorias e minorias nas comunidades”.
O mesmo “museu nómada” que quer “chegar a todo o lado” para conseguir “falar sobre as questões que separam (ainda) as comunidades maioritárias e as comunidades ciganas” ruma a Évora, no dia seguinte, para mostrar-se no parque infantil do jardim público da cidade, entre as 10:00 e as 18:00.
Também na terça-feira, o espaço de A Bruxa Teatro, nos antigos Celeiros da EPAC, vai ser palco do espetáculo de teatro e instalação intitulado “Que.Mim.Era”.
Este espetáculo é da autoria da artista Chissangue Afonso, que venceu a edição de 2023 do Projeto Sementeira - Bolsa de Novas Criações para o Alentejo, promovido pela Antípoda, em coprodução com O Espaço do Tempo e parceria com outras associações culturais e os municípios alentejanos de Évora, Viana do Alentejo, Estremoz, Mértola e Serpa.
“Blue”, de Margarida Monteny, é o espetáculo de circo agendado para o dia 04 de setembro, às 18:30, em local ainda a anunciar pela organização, que vai expor “as relações de exploração de forças, força de trabalho, resiliência e cooperação femininas”.
“Este espetáculo foi pensado para ser feito em salas, mas em Évora vai ser apresentado na rua, com a artista suspensa a nove metros de altura, com recurso a uma grua”, indicou a diretora artística do Rascunho.
De acordo com o programa, a dupla Jonas & Lander vai atuar, no dia 05, às 21:30, junto à Igreja de S. Vicente, com “Resgate”, que mostra que, “ao contrário do que se diz e por tantos anos se fez, o fado pode ser dançado”.
O último dia do festival vai oferecer ainda ao público dois espetáculos, o primeiro deles a performance “Deitamos Flores pelo Lado de Dentro”, de Mélanie Ferreira e André Luís Alves, às 18:30, nos Claustros do Palácio D. Manuel.
A última proposta, na Mata do Jardim Público de Évora, às 21:30, intitula-se “O Que Já Cá Está” e consiste num solo de teatro de Bernardo Chatillon, que “remonta às origens da cultura popular do contador de histórias”.
“Este espetáculo pode partir desta figura ancestral, mas é mesmo e apenas um ponto de partida, pois a apropriação desta tradição oral reconfigurada pelo corpo e linguagem do autor habita uma interessante área da dança”, resumiu a organização.
Imagem de Festival Rascunho