21 Julho 2022      10:45

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Ferreira do Alentejo vê nascer novo lar-residencial

A CERCICOA – Cooperativa de Educação e Reabilitação de Crianças Inadaptadas e Solidariedade Social, com sede em Almodôvar, vai avançar com a construção de um lar-residencial e de Centro de Atividades e Capacidade para a Inclusão (CACI) em Ferreira do Alentejo, num investimento total avaliado em cerca de 1,5 milhões de euros.

Em declarações ao Correio Alentejo, António Matias, presidente do conselho de administração da instituição, revela que “é uma estrutura que pretende criar uma resposta efetiva para aquele território do distrito, que inclui os concelhos de Ferreira do Alentejo, Aljustrel, Cuba, Alvito e Vidigueira”, acrescentando que “é um equipamento que vai ficar numa zona central e que permite dar resposta a uma zona do distrito que neste momento não tem a cobertura necessária”.

Segundo a mesma fonte, este projeto para Ferreira do Alentejo conta com duas valências. No caso do lar-residencial, com capacidade para 30 utentes, já está aprovado (e assinado) um contrato de apoio, no valor de 630 mil euros, com a Segurança Social, através da terceira geração do Programa de Alargamento da Rede de Equipamentos Sociais (PARES 3.0).

“Temos um compromisso de abrir o concurso dentro dos próximos seis meses, mas ainda estamos a tentar reunir com a tutela, no sentido de esclarecer quais são as perspetivas de serem alterados os orçamentos”, adianta o responsável.

Em causa está o facto de o projeto ter sido candidatado em 2019, contando agora com um orçamento “completamente ultrapassado” devido aos aumentos dos preços das matérias-primas e do custo de mão-de-obra.

“Todas as entidades com projetos aprovados no PARES 3.0 estão na mesma situação. Os orçamentos estão muito desatualizados perante aquilo que é a realidade atual”, diz ainda António Matias.

Assim, o novo lar-residencial da CERCICOA em Ferreira do Alentejo será construído “de raiz” num terreno cedido pela Câmara Municipal junto ao estádio, local onde também será criado o CACI, igualmente com capacidade para 30 pessoas, cujo projeto não conta ainda com qualquer apoio público.

“Esta componente do projeto vai ter de ser candidatada ao Programa de Recuperação e Resiliência (PRR), que tem uma medida que apoia e prioriza este tipo de investimentos na área da capacitação para a inclusão”, afirma o presidente. Os dois projetos irão permitir a criação de “nunca menos de 30 novos postos de trabalho” em Ferreira do Alentejo.

“As instituições sociais têm uma grande responsabilidade, não só pela criação de postos de trabalho mas também pela fixação de pessoas no território. Somos responsáveis pela fixação de muitos jovens, que aqui constituíram família e compraram casa. Caso contrário, teriam de ter saído do Alentejo”, conclui António Matias.

 

Fotografia de rr.sapo.pt