A Escola Nacional de Bombeiros (ENB) escolheu o município de Ferreira do Alentejo para acolher a primeira unidade local de formação de bombeiros no distrito de Beja.
Segundo o Diário do Alentejo, a ENB, em colaboração com a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil e a Federação dos Bombeiros do Distrito de Beja, estavam a avaliar “a maturidade das propostas apresentadas por quatro concelhos”, nomeadamente Almodôvar, Moura e Ourique.
Lídio Lopes, presidente da ENB, confirmou ao Diário do Alentejo que os “critérios de análise” foram favoráveis a Ferreira do Alentejo e que “brevemente” o distrito deixará de ser o único sem esta resposta.
De acordo com o responsável, o processo de decisão foi complexo e passou por um momento de consciencialização da “necessidade, permanência e urgência de instalar” esta estrutura no distrito, seguindo-se “visitas técnicas” aos concelhos que demonstram interesse em seguir com os projetos.
Após a análise de “fatores importantes”, tais como a centralidade e os acessos do município, a proximidade/afastamento do edificado urbano, a existência de infraestruturas de apoio adjacentes, a distância do edifício ao corpo de bombeiros mais próximo e ao centro do concelho e a possibilidade de existir um centro de manutenção e apoio logístico, a ENB optou por “abordar”, numa primeira fase, as câmaras municipais de Ferreira do Alentejo e Ourique.
“Ao apreciarmos, depois desta ordenação, havia um relativo empate entre Ourique e Ferreira do Alentejo e decidimos que tínhamos de ir áquilo que se chama os ‘critérios de desempate’ que tinham que ver com a prontidão, [ou seja] o estado de maturidade do processo ao nível da capacidade financeira de execução da obra naquilo que é uma disponibilidade pronta”, explicou Lídio Lopes.
Segundo a mesma fonte, foi pedido aos presidentes de câmara que, entre os dias 2 e 11 deste mês, dessem o seu parecer quanto a estes “segundos compromissos” para que a assembleia-geral da ENB e os associados da Liga dos Bombeiros Portugueses e da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil tomassem a decisão final.
“A Câmara de Ferreira do Alentejo deu-nos nota de que está disponível e em condições de assinar o protocolo de instalação da ULF imediatamente, na presença desta disponibilidade e confrontando com a Câmara de Ourique que nos deu conhecimento que, de momento, a maturidade do projeto do espaço edificado é baixa, aquilo que nos parece razoável [e] consensualmente fácil de aceitar é que a solução é formalizar a ULF de bombeiros de Ferreira do Alentejo”, acrescentou.
Neste sentido, o município ferreirense “deliberou a favor da execução do equipamento” logo na reunião de câmara de dia 29 de janeiro, tendo cedido de seguida o terreno para a ULF, “numa área que para nós é confortável”.
“O referido terreno é propriedade do município [e] livre de quaisquer ónus ou encargos. Dispõe de infraestruturas básicas, [como] vedação, arruamentos, água e eletricidade, [sendo] uma área de 7800 metros quadrados”, adiantou o presidente.
De acordo com Lídio Lopes, o espaço escolhido – antigo parque de feiras e exposições local – é “uma localização privilegiada” no que diz respeito aos acessos e às atividades próximas, ou seja, “mesmo ao lado” do Itinerário Principal número 8 (IP8), que liga Sines à fronteira de Espanha, e da autoestrada (A2), assim como do aeroporto de Beja, da Base Área n.º 11, de dois aeródromos civis e da albufeira de Odivelas.
“Do ponto de vista do projeto a implementar no local, a câmara está em condições de avançar imediatamente para a execução do projeto de arquitetura e das suas especialidades, [enquanto] do ponto de vista do financiamento da obra, lançará, brevemente, a empreitada de construção e assumirá os custos inerentes através do orçamento municipal, independentemente de eventuais outras fontes de financiamento”, garantiu Lídio Lopes.
Já Luís Pita Ameixa, presidente da Câmara de Ferreira do Alentejo, relembrou que esta ULF não irá servir apenas o distrito de Beja, mas, sim, “toda a região do Baixo Alentejo”, sendo um contributo importante para os bombeiros e comunidades.
“Nós temos corporações de bombeiros cada vez mais capazes, melhor equipadas, mais treinadas, com mais competência e saber e, tudo isso vai transmitir às populações uma maior segurança e confiança no nosso sistema de proteção civil”, afirmou.
Recorde-se que estas unidades de formação são centros qualificados que disponibilizam aos bombeiros “equipamentos, meios e condições” para “poder executar o treino operacional”, nomeadamente, na área dos incêndios urbanos.
Além disso, Lídio Lopes adiantou ainda que o concelho de Moura mantém-se em “observação e análise” para a possibilidade de ser uma unidade local de formação (ULF) de bombeiros de especialidade, nomeadamente, “naquilo que é a formação em salvamento aquático”.
Fotografia de novumcanal.pt