3 Abril 2022      10:15

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Faz hoje 30 anos que perdemos Salgueiro Maia

Foram 49 anos de opressão, condicionamento da Liberdade, medo e ignorância que terminaram em 1974. A mais longa ditadura europeia viu a revolução começar ainda na noite de 24 de abril.

Após ouvir as senhas musicais, na Escola Prática de Cavalaria, em Santarém, o capitão Salgueiro Maia, juntou 240 homens da EPC e proferiu as célebres palavras: "Há diversas modalidades de Estado: os estados socialistas, os estados corporativos e o estado a que isto chegou! Ora, nesta noite solene, vamos acabar com o estado a que chegámos. De maneira que quem quiser, vem comigo para Lisboa e acabamos com isto. Quem é voluntário sai e forma. Quem não quiser vir não é obrigado e fica aqui." As tropas da Escola Prática de Cavalaria de Santarém tinham uma das mais complicadas missões: ocupar o Terreiro o Paço!

Nascido em Castelo de Vide a 1 de julho de 1944 - faleceu em Lisboa em 1992, com 47 anos - ingressou na Academia Militar de Lisboa e passou depois para a Escola Prática de Cavalaria de Santarém. Realizou comissões de serviço em Moçambique e Guiné e participou nas reuniões clandestinas do Movimento das Forças Armadas integrando a Comissão Coordenadora.

Após o 25 de Abril, foi membro do Movimento das Forças Armadas, tendo-se recusado a ser membro do Conselho da Revolução. Homem de causas, exerceu várias funções militares e licenciou-se em Ciências Políticas e Sociais e em Ciências Antropológicas e Etnológicas no Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas. Em 1981 foi promovido a major e 84 marcava o seu regresso à Escola Prática de Cavalaria. Em 1988 foi promovido a Tenente-coronel.

Maia sempre recusou ter sido herói na revolução, e mais tarde dizia que «Só fiz o que tinha de ser feito.».

Exemplo da sua simplicidade, Salgueiro Maia pediu para ser sepultado em campa rasa, em Castelo de Vide, ao som de "Grândola, Vila Morena. Morreu faz hoje 30 anos.

 

Fotografia de Salgueiro Maia tirada por Alfredo Cunha a 25 de Abril de 1974