7 Agosto 2016      10:15

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FALTAM MÉDICOS NO SUL

Para as regiões de Alentejo e Algarve – quase metade de Portugal continental em área – só existem 9 médicos oncologistas e mais, há 13 especialidades que não têm qualquer médico.

Os hospitais alentejanos do SNS - Serviço Nacional de Saúde têm três dos nove oncologistas – os restantes seis estão no Algarve – e, juntos, têm uma população de cerca de um milhão de pessoas.

Neurocirurgiões só há cinco, cirurgião pediátrico e endrocrinologista há um de cada e cirurgiões vasculares não há nenhum; quem o refere é o estudo da Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS) e que não inclui os médicos e clínicos contratados através de empresas.

O Ministério da Saúde revela estar a afazer todos os esforços para captar médicos para reforçar ou criar serviços para oferecer mais especialidades à população e já conseguiu preencher 550 das 736 vagas carenciadas existentes em julho.

O presidente da secção sul da Ordem dos Médicos, Jaime Mendes, defende uma política diferente para estas regiões e um regime que apoie a fixação de quadros clínicos no sul e interior.

O mesmo defende Miguel Guimarães, presidente da Secção Norte da Ordem dos Médicos, a norte, e o Ministro da tutela, Adalberto Campos Fernandes, já revelou que está a estudar um regime de incentivos para fixar médicos e que a proposta estará terminada em breve.

Dos 26 504 médicos - 9 mil internos -  do SNS, o Alentejo e o Algarve são as duas regiões com menos profissionais, por exemplo, em anestesiologia existem no Alentejo 24 médicos e no Algarve 20; na região norte são 440. E com números pouco diferentes acontece o mesmo com ortopedia e ginecologia/obstetrícia. Pior estão a cardiologia pediátrica, cirurgia cardiotorácica, cirurgia maxilofacial, cirurgia vascular ou medicina nuclear onde não existe nenhum especialista.

Ao Diário de Notícias, fonte do Ministério da Saúde, revelou que há "especialidades não têm médicos porque no âmbito das Redes de Referenciação - há várias em revisão atualmente - não se prevê que existam nestes hospitais", outros há em que "a tentativa de captar médicos para estes hospitais tem como objetivo criar ou reforçar os serviços que lá existem". Admitindo, no entanto, que "nestas regiões existem hospitais centrais que deveriam oferecer mais especialidades do que as que atualmente oferecem".

 

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