20 Janeiro 2025      09:48

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Fadista Duarte festeja 20 anos de carreira no Teatro Garcia de Resende

Duarte, fadista eborense

O fadista Duarte vai festejar 20 anos de carreira no dia 1 de fevereiro no Teatro Garcia de Resende, em Évora, com Mara, Miguel Monteiro, Pedro Calado, Rita Dias e o Grupo de Cantares de Évora.

Em declarações à agência Lusa, Duarte disse, a propósito do aniversário, que sente, “cada vez mais, o tempo a passar depressa demais”, e que vai “tentar acompanhar a reflexão sobre o caminho de 20 anos”.

Além de intérprete, distinguido, em 2006, com um Prémio Amália Revelação, Duarte é autor e compositor de muitos dos temas que interpreta, como as letras de “És Luto e Melancolia”, que gravou no Fado Cigano, de “Fado Novembro”, no Fado Menor, e de “Terra de Melancolia”, com letra e música suas.

Além disso, o fadista afirmou: “sinto que, passados estes vinte anos, estou num lugar com qualquer coisa de maturidade, desprendimento, leveza e tranquilidade relativamente àquilo que faço e ao que outros esperam de mim. Não sei se é um ponto de viragem, mas sinto que é um à-vontade com o caminho andado até à data e um à-vontade com o que vier a seguir, seja lá isso o que for”.

Celebrando os 20 anos de carreira, Duarte editou em novembro último um novo álbum “Venham Mais Vinte”, ao qual se referiu como “álbum de risco”, cujos temas incluirá no alinhamento do concerto em Évora.

Em “Venham Mais Vinte” Duarte retoma, noutras roupagens musicais, temas de anteriores álbuns como “Estado Limite” (José Carlos Barros/Fado Licas, de Armando Machado), "Meus Olhos que Por Alguém"(António Botto/Fado Dois Tons, de Alberto Costa) e “Deixou de Ser Outra Coisa” (Duarte/Luciano Maia).

Para o fadista, este disco foi um risco assumido: “será que conseguimos ter Duarte quando ele dança com outros géneros musicais, sem perder as características e a identidade?”.

Duarte entende que a arte implica risco, tentar sempre “desenvolver a personalidade artística”, arriscar, não estagnar.

No palco eborense Duarte será acompanhado pelos músicos habituais – Pedro Amendoeira (guitarra portuguesa), João Filipe (viola) e Carlos Menezes (contrabaixo) –, além de músicos com os quais tem trabalhado, como o Grupo de Cantares de Évora, companheiro de “há muitos anos”, desde o álbum “Terra da Melancolia” (2009), tendo partilhado “imensos espetáculos, até para celebração” da inscrição do cante na lista do Património Imaterial pela Organização das Nações Unidas para a Ciência, Educação e Cultura (UNESCO), assim como da classificação do Fado na mesma lista, ou da cidade de Évora, como Património Mundial da Humanidade.

Miguel Monteiro e Mara, irmã do fadista, com a qual gravou “Às Tantas” (Duarte), no álbum “Só a Cantar” (2018), são outras presenças em palco, neste concerto.

Duarte, natural de Évora, cruzou-se com o universo fadista em 1997. Em 2004 apresentou o seu primeiro trabalho discográfico, “Fados Meus”, e pouco tempo depois editou o tema “Dizem que o meu fado é triste” (Duarte/Fado Menor do Porto, de José Joaquim Cavalheiro Jr.), que fez parte da coleção discográfica “100 anos do Fado”.

Nesse ano de 2004, a convite da fadista Maria da Fé e do poeta José Luís Gordo, Duarte entrou para o elenco do restaurante típico Senhor Vinho onde continua a cantar.

 

Fotografia de facebook.com