9 Fevereiro 2021      10:34

Está aqui

Fábrica de máscaras nasce em Odemira

Uma fábrica de máscaras cirúrgicas foi criada em Boavista dos Pinheiros, no concelho de Odemira, no distrito de Beja, para dar um contributo ao Sistema Nacional de Saúde (SNS) e ajudar a “vencer o momento” na luta contra a pandemia, adianta o Público.

Esta nova unidade industrial resulta de um investimento de cerca de 500 mil euros, realizado pela empresa Vencer o Momento Lda., fundada em maio passado pelo algarvio Pedro Nicolau e pelo alentejano Paulo Candeias, e entrou em funcionamento em janeiro deste ano.

Segundo Pedro Nicolau, “foi uma oportunidade que surgiu”, reconhecendo que esta era uma área de negócio desconhecida para os dois sócios. “Tivemos que nos pôr ao caminho e estudar um bocadinho a questão da farmácia, das máscaras cirúrgicas e de todo este processo. Não tínhamos nenhum conhecimento nesta área, mas, neste momento, já temos algum”.

A fábrica tem 400 metros quadrados e emprega quatro pessoas. Para já, estão a ser produzidas máscaras cirúrgicas do Tipo II, devidamente certificadas pela Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde (Infarmed). O objetivo é “contribuir para o combate à pandemia covid-19, assim como outro género de patologias associadas à disseminação vírica ou microbiana nos profissionais de saúde e população em geral”.

A empresa está a produzir dez mil máscaras por dia e a fornecer algumas unidades hospitalares do sul de Portugal, além de “receber emails com pedidos de cotação todos os dias”. Pedro Nicolau revela que “estamos também em contactos para um fornecimento de grande dimensão para a ilha da Madeira e para fazermos uma parceria com um grupo que gere o fornecimento de algumas farmácias a norte do país”.

Caso se registe “um aumento de procura” a fábrica poderá chegar à produção de “50 mil máscaras por dia”, o que implicará a contratação de mais pessoal. “Podemos fazer turnos, porque a unidade pode trabalhar 24 horas por dia”, adianta o responsável. Contudo, e apesar das boas expetativas de negócio, Pedro Nicolau afirma que a concorrência é muita e nem sempre “leal”. “O Estado português incentiva a criação de novas empresas para produção nacional e depois continua a deixar entrar em Portugal máscaras e muitos outros produtos vindos da China, sem qualquer certificação e qualidade. Assim é difícil alguma empresa conseguir vingar no mercado nacional”, argumenta o empresário cuja maquinaria necessária veio da China, tal como os materiais utilizados nas máscaras.

Note-se que o investimento da Vencer o Momento foi apoiado por fundos do programa operacional regional Alentejo 2020, e a escolha do local teve em conta as necessidades da região. “Optámos por Boavista dos Pinheiros por haver carência de emprego na zona e também porque tínhamos mais benefícios em termos de apoio se fosse instalada neste concelho”, justifica o sócio.

 

Fotografia de jn.pt