4 Março 2023      11:18

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Évora vai fazer censo nacional de Corujas-das-torres

Nos dois primeiros fins de semana de março, dias 3, 4, 5 e 10, 11 e 12, estão todos convidados a ir para a rua, à noite, para ouvir o som inconfundível da coruja-das-torres. Para participar basta ficar 10 minutos em silêncio, pode ser junto a casa ou noutro sítio onde saiba que a espécie tenha ocorrido, e depois reportar online os locais onde vir ou ouvir corujas-das-torres aqui: https://corujadastorres.uevora.pt/fimdesemana/

Pode fazer várias vezes estes 10 minutos de escuta ao longo da noite e, se quiser, pode fazer pontos de escuta em mais do que um local, durante as noites do censo.

O ponto de escuta pode ser no seu quintal ou varanda, em casa de amigos ou familiares, numa zona urbana pública (jardim, área aberta), junto a campos agrícolas, ou junto a uma floresta com poucas árvores. Evite locais com muito ruído, respeite a propriedade privada e mantenha-se em segurança.

Nesta altura do ano a coruja-das-torres está a iniciar o período de reprodução.

Durante a corte, o casal faz voos curtos nas imediações do ninho enquanto vocaliza. Tanto o macho como a fêmea emitem um som estridente e "aranhado" enquanto se perseguem em voo. As corujas também afastam outros rivais do seu território através das vocalizações. A vocalização em voo que serve para atrair parceiros é a mesma que serve para afugentar potenciais competidores. Tanto os machos como as fêmeas defendem o território e podem fazê-lo em conjunto. Por isso, há maior probabilidade de ouvirmos a espécie nesta fase.

O Primeiro Censo Nacional de Coruja-das-torres é uma iniciativa de ciência cidadã, aberta a toda a população, promovida pelo Laboratório de Ornitologia da Universidade de Évora (LabOr-MED) e pela Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA). Este censo é importante porque a população de coruja-das-torres está a diminuir em Portugal, à semelhança de outras aves típicas de zonas agrícolas. Os dados recolhidos neste censo ajudarão os especialistas a conhecer melhor a distribuição e abundância desta espécie no nosso país.

Entre os embaixadores deste censo estão escolas, escuteiros e organizações não-governamentais de ambiente.

O censo nacional de coruja-das-torres decorre no âmbito dos projetos “Ciência para todos: sustentabilidade e inclusão (SCIEVER)” e “Ciência Cidadã – envolver voluntários na monitorização das populações de aves”.

O projeto “Ciência para todos: sustentabilidade e inclusão (SCIEVER)” é financiado pela Comissão Europeia, através do programa MSCA and Citizens 2022. O consórcio liderado pela Universidade de Lisboa, através do seu Museu Nacional de História Natural e da Ciência, integra um conjunto vasto de parceiros, entre os quais a Universidade de Évora, que são responsáveis pela organização da Noite Europeia dos Investigadores 2022-2023 nas cidades de Lisboa, Braga, Coimbra e Évora. O projeto desenvolve, também, a atividade "Cientistas na Escola", na qual se enquadra o kit educativo deste censo.

O projeto “Ciência Cidadã – envolver voluntários na monitorização das populações de aves” é financiado pelo Programa Cidadãos Ativos/Active Citizens Fund (EEAGrants). um fundo constituído por recursos públicos da Islândia, Liechtenstein e Noruega e gerido em Portugal pela Fundação Calouste Gulbenkian em consórcio com a Fundação Bissaya Barreto. O projeto tem como parceiros a Wilder – Rewilding your days e o Norwegian Institute for Nature Research (NINA).

 

Fotografia de zoo.pt