14 Setembro 2020      09:59

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Évora recebe exposição para celebrar proximidade com Moçambique

A exposição “Ilhéus”, com mais 40 retratos fotográficos de habitantes da Ilha de Moçambique e da autoria de Moira Forjaz, vai estar em exibição no Centro de Arte e Cultura (CAC) da Fundação Eugénio de Almeida (FEA) em Évora, a partir de 19 de setembro.

De acordo com a Lusa, a mostra é de entrada gratuita e estará patente até ao final do primeiro trimestre do próximo ano.

A FEA explicou que os “grandes protagonistas” desta série de retratos que compõem “Ilhéus” são “habitantes da Ilha de Moçambique”, na província de Nampula, em Moçambique. “São ilhéus idosos que deixaram entrar a fotógrafa na sua intimidade, contando as suas vidas na primeira pessoa”, indicou a organização, realçando que os 44 retratos “devolvem” ao público “um olhar sobre a Ilha de Moçambique, cidade geminada com Évora, e traçam um caminho de luz e cor aproximando os lugares”.

Os trabalhos desta exposição, com curadoria de Paola Rolletta, celebram a vida e comunidade da Ilha de Moçambique e “a sua proximidade histórica e cultural com Évora”. A fundação acrescentou ainda que “esta viagem à Ilha de Moçambique é também uma forma de promover a proximidade de dois territórios com História e Património comuns, o que é particularmente relevante no atual contexto pandémico, em que se alargaram distâncias e tornou-se longínquo o que já era longe”.

Paola Rolletta disse também à Lusa que a artista “não está à procura de uma bela fotografia, não está presa à construção mental que induz observar o sujeito de um ponto de vista principalmente estético”. Ao invés disso, a intenção de Moira Forjaz é “capturar o espírito do sujeito. E o espírito é a própria vida e a sua dignidade”, explicou, destacando que “o percurso fotográfico de Moira é uma caminhada constante para encontrar o significado mais recôndito da existência humana”.

“Testemunho da aventura portuguesa de outros tempos”, o local retratado em “Ilhéus” é “o grande amor” da artista, que o conheceu em 1976 e onde vive atualmente.

Recorde-se que a Ilha de Moçambique é cidade geminada com Évora desde 1997, sendo igualmente Património Mundial pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO), em reconhecimento da “singularidade da sua paisagem arquitetónica, realçada pelos sinais da expressiva presença dos portugueses, que ali chegaram no século XVI”, realçou a FEA.

Devido à pandemia de covid-19, estão em vigor no CAC as medidas de segurança e prevenção recomendadas pela Direção-Geral da Saúde, sendo obrigatório o uso de máscara.