Uma das empresas que pretende construir uma central solar fotovoltaica no concelho de Évora comprometeu-se com a câmara municipal a adotar medidas que visam minimizar os impactos da infraestrutura.
Segundo a agência Lusa, a informação foi revelada por Carlos Pinto de Sá, presidente do município, que disse que “a empresa ficou de apresentar um conjunto de medidas que, na sua opinião, poderão minimizar os impactos que se preveem”.
O autarca indicou que o compromisso foi assumido numa reunião com responsáveis da Hyperion Renewables Évora, uma das duas empresas com projetos de centrais solares fotovoltaicas para a freguesia rural de Graça do Divor.
Segundo a mesma fonte, na reunião, os promotores recusaram reduzir, mas admitiram “dispersar a área de implantação [do projeto] para que o impacto seja menor” e “tomar um conjunto de outras medidas” preconizadas no Estudo de Impacto Ambiental.
“Ficaram de fazer chegar à câmara um documento com as propostas relativas à minimização dos impactos, que aguardamos”, disse ainda o autarca.
Dirigindo-se aos vereadores, Pinto de Sá realçou também que a Hyperion Renewables pretende igualmente instalar, na freguesia rural de Torre de Coelheiros, uma torre, com 100 metros de altura, para a leitura da capacidade eólica na zona, durante um ano.
“É apenas para testes. Só se os dados forem positivos, é que há a possibilidade de colocarem seis turbinas eólicas naquela zona, que complementariam o parque fotovoltaico que já têm também naquela zona”, adiantou.
O autarca esclareceu que não cabe ao município autorizar ou não a instalação da torre, mas sim dar um parecer favorável ou desfavorável, o qual ainda está a ser preparado pelos serviços da câmara.
O projeto da central solar fotovoltaica da Hyperion Renewables, assim como o da IncognitWorld 3, ambos previstos para a Graça do Divor, estão a ser contestados por uma plataforma cívica, que alega que vão provocar “danos irreversíveis” na paisagem e na vida dos moradores e agentes turísticos.
Recorde-se que a plataforma Juntos pelo Divor entregou, no início de setembro, um memorando ao presidente da Assembleia da República e enviou também o documento a todos os grupos parlamentares, propondo a “suspensão do processo de licenciamento” destes “megaprojetos”.
Entre outras medidas constantes no documento, é proposta uma “negociação com os promotores” para a relocalização das centrais solares e, para evitar penalizar os promotores, a definição de “formas de compensação, por exemplo permitindo um aumento das tarifas de venda de energia já contratada”.
No final de agosto, a Câmara de Évora divulgou uma “posição consensual” do executivo sobre os dois parques fotovoltaicos previstos para Graça do Divor e exigiu mais informação e negociação prévia com os promotores, por se tratar de uma zona “particularmente sensível”.
Segundo a plataforma cívica, as duas centrais vão ocupar “uma área total de cerca de 650 hectares” e envolvem a instalação de 394.500 painéis, no caso do projeto da Hyperion Renewables Évora, e 362.076 painéis, no caso do da IncognitWorld 3.
Fotografia de oatual.pt