10 Março 2020      09:59

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Évora lidera projeto de rega de precisão de sobreiros para produção intensiva de cortiça

Liderado pela equipa de investigação Pró-FlorMed da Universidade de Évora e do MED (Instituto Mediterrâneo para a Agricultura, Ambiente e Desenvolvimento), o REGACORK, grupo operacional envolvido no projeto de investigação em rega de precisão de sobreiros, foi apresentado recentemente a uma audiência de 200 participantes com interesse na fileira da cortiça. 

Nuno de Almeida Ribeiro, docente na Universidade de Évora e coordenador do projeto, deixou claro que o objetivo do grupo é estudar a possibilidade de antecipar a primeira tirada de cortiça que acontece, nos povoamentos de sequeiro, entre os 18 e os 24 anos de vida da árvore. Isto é feito através do estudo do efeito da fertirrega na formação, produção e qualidade da cortiça em plantações intensivas de sobreiros, em áreas marginais, numa ótica de rega eficiente, dando à árvore apenas a quantidade de água necessária para o seu rápido desenvolvimento e formação de cortiça. “A transferência deste conhecimento técnico e científico, gerado neste grupo operacional, será alargado à instalação de novos povoamentos de sobreiros contribuindo para o combate à futura escassez da matéria-prima a médio prazo e fortalecendo os benefícios destes ecossistemas florestais que mantêm comunidades no interior do país”, avança o professor responsável pela investigação.

Francisco Carvalho, da Amorim Florestal SA e um dos parceiros líder do projeto, sublinhou a importância desta investigação afirmando que é necessário sensibilizar os produtores para avançarem com o regadio para que no futuro haja mais sobreirais a produzirem mais qualidade e quantidade de cortiça.

Existem vários ensaios piloto a serem monitorizados pela equipa de investigação da Universidade de Évora que, ao momento, já consegue concluir a boa correlação observada entre os tratamentos de rega e o crescimento do diâmetro do fuste dos sobreiros.

O ensaio piloto “IRRICORK” está instalado na herdade do Conqueiro no concelho de Avis. O proprietário fez o primeiro descortiçamento dos sobreiros regados gota-a-gota aos 8 anos, quando o fuste já tinha atingido um perímetro de 70 cm e uma altura de 1,30 m. Um suplemento vitamínico que encurtou para metade o tempo da primeira tirada. Esta área de povoamento de sobreiros jovens e adultos pré-existentes está, desde 2017, a ser monitorizada pela equipa de investigação da Universidade de Évora.

O grupo operacional GO-REGACORK, iniciado em Junho de 2018, composto por 14 parceiros, está a estudar a implementação de um novo conceito de gestão silvícola que integre a fertirrigação em novas plantações de sobreiros com o objetivo de antecipar o tempo até ao primeiro descortiçamento aumentando a rentabilidade e a vitalidade destas florestas.

 

Imagem de capa de apcor.pt