A Câmara Municipal de Évora vai emitir uma posição desfavorável ao pedido de direitos de prospeção e pesquisa de minério numa área que abrange os concelhos de Montemor-o-Novo, Évora, Vendas Novas e Viana do Alentejo.
De acordo com a agência Lusa, na reunião pública de câmara, o autarca, Carlos Pinto de Sá, disse ter solicitado aos “serviços que preparassem um pronunciamento da câmara desfavorável” ao pedido de prospeção, cuja consulta pública está a decorrer até ao dia 25 deste mês.
Esta posição tem “em conta as deliberações da câmara e da assembleia municipal” tomadas em 2014 e 2019 relativamente a pedidos de prospeção de depósitos minerais feitos por outras empresas.
Segundo o autarca, “a ideia é reafirmar agora esse parecer desfavorável, uma vez que as condições que levaram à emissão de pareceres desfavoráveis naquelas datas mantêm-se integralmente”, pelo que “não há razão para que se altere o parecer”.
Pinto de Sá salientou que, em 2014, foram realizadas audições sobre a prospeção mineira no concelho com a participação da população e de especialistas e também uma reunião da assembleia municipal sobre o tema.
“É uma posição que está bem fundamentada e que colhe, em termos dos órgãos autárquicos, unanimidade e haverá na população um consenso muito alargado sobre esta matéria”, acrescentou.
Este pedido de prospeção, disponível no portal Participa, foi apresentado pela Sociedade E79 Portugal Unipessoal, com sede em Beja, que pretende procurar depósitos minerais de cobre, chumbo, zinco, ouro e prata.
A E79 Portugal propõe “uma licença de prospeção e pesquisa com uma validade inicial de três anos”, podendo ser renovada duas vezes, pelo período de um ano.
“O plano geral dos trabalhos a executar compreende levantamentos geofísicos e geoquímicos, sondagens e ensaios metalúrgicos”, pode ler-se no requerimento do pedido.
Ainda que os direitos de prospeção e pesquisa de depósitos minerais tenham sido requeridos pela empresa portuguesa, “o proprietário final de 100% da E79 Portugal é a Ropa Investments”, com sede em Gibraltar.
Assinalando que os trabalhos previstos representam “um impacto ambiental muito reduzido ou quase nulo”, a E79 Portugal refere que o seu plano visa “definir áreas onde possam estar contidas as mineralizações de interesse e que possam ter as características tecnológicas requeridas”.
Fotografia de facebook.com