20 Dezembro 2021      23:35

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Évora, cante, chocalhos e barro de Estremoz representados em presépio

A cidade de Évora está representada num presépio exposto na Igreja de S. Francisco, na Praça do Giraldo, e que recria o nascimento de Jesus, com figuras feitas em barro de Estremoz.

Segundo a Lusa, esta nova “atração” da Igreja de S. Francisco é resultado de um projeto encomendado ao arquiteto António Bouça e representa Évora “da forma mais aproximada possível”, destacando “quatro valores culturais” do Alentejo classificados pela UNESCO como Património Mundial.

O conjunto permite apreciar o centro histórico da cidade, “que lhe serve de cenário”, e o figurado de barro de Estremoz, que lhe dá “vida e alma”, dois dos bens patrimoniais da região com “selo” da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO).

Os outros dois patrimónios são o cante alentejano, entoado por um “grupo coral situado no adro da igreja de Santo Antão”, e os chocalhos de Alcáçovas (Viana do Alentejo), “representados sob as arcadas”, destacou a Igreja de S. Francisco.

O presépio é feito de diversos tipos de madeira, MDF, metais, PVC e acrílico, com acabamentos de pintura a esmalte, verniz, polimento a cera e folha de ouro, explicou ainda a Igreja.

A construção, que pode ser apreciada na nave da igreja, recria “o nascimento de Jesus na cidade de Évora, na Praça de Giraldo, mais precisamente debaixo da arcada por onde se acede a uma livraria que, não por acaso, se chama Nazareth”, acrescenta a mesma fonte.

Os principais espaços da acrópole e da praça principal da cidade alentejana também estão presentes, a par da simulação do casario da malha urbana, da Igreja de S. Francisco e de um segmento intramuros do aqueduto da Água de Prata.

Projetado “durante quatro meses, o conjunto “demorou mais de um ano a ser executado”, destacou a Igreja de S. Francisco, precisando que integra 45 construções, oito delas de “edifícios de maior complexidade e elevado nível de pormenorização, como as igrejas, o templo romano, o aqueduto ou a fonte”.

O presépio, com 3,60 metros de largura, quase dois metros de altura e 1,77 metros de profundidade, é também constituído por 564 peças em barro que compreendem 236 figuras humanas, 205 figuras de animais e 123 objetos diversos.

Além disso, incorpora um sistema de iluminação, com luzes ‘led’, no interior dos edifícios e nos candeeiros, cuja intensidade é regulável nos diferentes setores, referiu a organização.

“Se o céu estrelado permite identificar diversas constelações visíveis em dezembro na cidade, a multiplicidade de figuras oferece uma grande fusão entre o passado e o presente, numa cidade que fervilha de vida e rejubila com a Boa Nova”, acrescentou.

Com ideia e projeto ‘assinados’ pelo arquiteto António Bouça, o presépio tem desenho de Ivo Brazílio.

As peças em barro são da autoria das Irmãs Flores e de Ricardo Flores, de Estremoz, a carpintaria e pintura foram feitos por Fernando Santos, Joaquim Vida e Joaquim Nunes, de uma carpintaria de Évora, e os trabalhos de eletricidade são da autoria de Modesto Riga.

Para este Natal, a par desta criação artística, a Igreja de S. Francisco tem também patente na galeria norte, até outubro do próximo ano, a exposição temporária “Presépios de Lisboa e Vale do Tejo”, com 174 peças pertencentes à Coleção Canha da Silva.

 

Fotografia de visitalentejo.pt