20 Abril 2016      16:15

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A ESTUPIDEZ SEXISTA DO BLOCO

Confesso que não costumo levar muito a sério algumas das propostas pouco produtivas que o Bloco de Esquerda costumar trazer para a ribalta. Acontece que ultimamente tenho dado uma maior atenção às políticas apresentadas pelo BE, tendo em conta que este é um dos principais Partidos que suportam e apoiam o actual Governo.
 
Fomos todos apanhados de surpresa, recentemente, com a nova bandeira do BE - mudar o nome do Cartão de Cidadão para Cartão da Cidadania, com o mero argumento de que o cartão tinha um nome sexista. E não, não foi só um discurso para agradar algumas “virgens ofendidas”. O Bloco de Esquerda apresentou mesmo um projeto de resolução na Assembleia da República durante a semana passada.
 
Sempre foi hábito a apresentação de propostas pouco convenientes vindas da bancada do conjunto das esquerdas, mais à esquerda das todas as outras. Fiquei foi deveras surpreendido quando ontem o Sr. Ministro Eduardo Cabrita mostrou abertura para levar esta proposta para a frente. Já nem coloco em questão, qual é a lógica ou o sentido de oportunidade que esta proposta traz para o desenvolvimento do País. Pois sempre que se discute temas prioritários como o emprego, reformas, investimentos e crescimento para Portugal, sabemos e conhecemos as propostas pouco coerentes ou nenhumas que o BE apresenta. 
 
O que torna esta proposta um tanto ou quanto preocupante, é que o Governo Socialista demonstra depender cada vez mais das posições políticas do Bloco de Esquerda. E se para isso, tiver que cair no ridículo de apoiar posições pouco ou nada prioritárias para o País, então não hesitará em apoiar as causas que o Partido de Catarina Martins quiser.
 
Quando o “sexismo” é usado como argumento, lembro-me logo da eterna discussão da lei das quotas. Que por acaso, está novamente em voga neste momento. Convém lembrar que devido não só à geografia mas acima de tudo à questão das quotas, o Eng. António Guterres poderá não ser um dos preferidos a ser eleito para o cargo de Secretário-Geral das Nações Unidas em detrimento da Neozelandesa Helen Clark, da Búlgara Irina Bokova, da Croata Vesna Pusic e da Moldava Natalia Gherman. Mesmo depois de uma excelente entrevista e de ser um dos mais bem preparados e experientes candidatos ao cargo, o Género irá pesar na decisão final. O que partindo deste pressuposto, contraria à partida o mérito e a competência dos entrevistados/candidatos, uma vez que as quatro candidatas partem em vantagem sobre os restantes adversários do sexo oposto. 
 
Resumindo, não é por uma palavra ser mais feminina ou masculina, que as Pessoas ficam melindradas, ou que a autoestima as afete. Não é por eu ser do sexo masculino que deverei ter mais oportunidades que alguém com melhores capacidades, somente por ser do sexo feminino.  O que nos define é o nosso carácter, a nossa competência, o nosso esforço, a nossa ambição, a nossa resiliência e a nossa vontade em vencer. Tantos casos de sucesso, e ainda bem, em Portugal e pelo Mundo fora de Mulheres profissionalmente brilhantes e verdadeiras lideres. Não é com mudanças residuais de palavreado e de cartões que defenderemos melhor ou pior a igualdade de género, mas sim com o respeito pelo próximo e com acções que possibilitem os dois diferentes géneros de partirem em pé de igualdade através do mesmo ponto de partida. Essas acções só serão possíveis se existir uma palavra (não sexista até) que o BE tanto oprime: MERITOCRACIA
 

Imagem de capa de Jorge Ferreira/PS