29 Dezembro 2022      10:15

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Estremoz aprova orçamento de 20M€ após “chumbo”

José Daniel Sádio, presidente da Câmara Municipal de Estremoz

A Câmara Municipal de Estremoz aprovou o orçamento para 2023, no valor de 20,9 milhões de euros, após o documento ter sido “chumbado” pela oposição, no final de novembro.

Em declarações à agência Lusa, José Daniel Sádio, presidente da autarquia, referiu que, “genericamente, não há diferença por aí além” entre o orçamento aprovado e o anterior, “chumbado” em 30 de novembro.

“Temos a noção de que não temos maioria [absoluta] e estamos sempre disponíveis para incorporar contributos [no orçamento], assim as forças políticas o manifestem”, afirmou o autarca.

Segundo José Daniel Sádio, aquando da primeira proposta, “a única força política que enviou uma série de propostas” foi a coligação PSD/CDS-PP/PPM, que tem como eleita a vereadora Sónia Ramos.

Quanto ao Movimento Independente por Estremoz (MiETZ), com três eleitos na câmara, “na altura entendeu não ter nenhum contributo, o que também é legítimo, mas desta vez enviou propostas”, que foram “analisadas e debatidas”, disse.

Assim, as Grandes Opções do Plano e Orçamento para 2023, que antes receberam os votos contra do MiETZ e do PSD/CDS-PP/PPM, foram agora aprovados com a abstenção dos quatro eleitos da oposição, assim como com os votos a favor dos três eleitos do PS.

Já o vereador do MiETZ, José Carlos Salema, justificou a abstenção do movimento, desta vez, com as negociações realizadas entretanto com o executivo socialista, embora tenha argumentado que este orçamento “está muito distante daquele que seria o necessário para o concelho”.

“Mas, havendo da parte do executivo, a assunção do compromisso para que se possam concretizar algumas medidas [propostas pelo movimento] para já para o próximo ano, achámos por bem abster-nos”, explicou.

A vereadora social-democrata Sónia Ramos também disse à Lusa que decidiu abster-se desta vez porque, apesar de muitas das propostas que tinha sugerido para o orçamento estarem contempladas na primeira proposta, só agora “têm afeta uma rubrica financeira mais elevada”.

“Conseguimos algum avanço, mas o que queremos sobretudo é que o presidente, que se vitimizou tanto pela não aprovação do orçamento em reunião de câmara, tenha agora as condições para fazer aquilo com que se comprometeu com a oposição”, avisou.

Segundo José Daniel Sádio, o orçamento para 2023, que representa sensivelmente “menos 100 mil euros” do que o deste ano, “é responsável” e “procura dar resposta a algumas questões que são emergentes”, como as relacionadas com o atual contexto nacional e internacional.

“Nós temos obras em curso, tivemos que incorporar uma verba para a possibilidade de haver revisão de preços, temos aumentos de combustíveis, aumentos de eletricidade, temos aumentos de salários e houve que assegurar toda essa despesa”, precisou o autarca, destacando também como apostas o reforço dos apoios sociais, da redução da carga fiscal e também da habitação.

Os documentos previsionais ainda têm de ser apreciados e votados em assembleia municipal, cuja próxima reunião deverá realizar-se em janeiro.