21 Agosto 2016      09:43

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A ESTRANHA VIDA DE SER VOLUNTÁRIO...

De mochila às costas, cabelo emaranhado e rosto cansado… Mais um voluntário segue no trilho da sua próxima batalha! Por vezes não sabem com o que se irão deparar, mas quando o telefone toca e os chamam para ajudar a resolver mais uma situação, eles vão. Partem coração cheio, braços abertos e mente receptiva e sempre com um sorriso pronto para distribuir pelo mundo!

Se em crianças o facto de serem voluntários era uma forma de dar aos outros um bocadinho daquilo que antes alguém lhes dera, hoje, ser voluntário tornou-se na forma como abraçam a vida. Acordam para distribuir a sua força, para oferecer as suas mãos, para oferecer o seu afecto…! Escolhem viver para os outros e para o amor ao próximo e não se arrependem porque esse é um caminho sem arrependimentos!

Afinal, que recompensa pode haver no mundo que supere um caloroso abraço ou um sorriso rasgado, em sinal de agradecimento?

É certo que neste caminho por vezes se fazem escolhas difíceis: Deixar o conforto de um lar; Ir viver para um país totalmente desconhecido… e há também dificuldades: noites mal dormidas, horas e horas de trabalho sem descanso, ausências a compromissos familiares (os piores são certamente o Natal e o aniversário de quem lhes é mais próximo), aulas perdidas na faculdade… Mas há em cada um deles a vontade de evoluir, de tornar o mundo melhor com a sua passagem por ele! De destruir barreiras étnicas, culturais e fronteiras!

A família do voluntário passa a ser constituída por dois grupos muito especiais: os seus companheiros nestas batalhas e as pessoas que ajuda. Em cada país há portas que se abrem, corações que se enchem e abraços que perduram para além do tempo e da distância! Há sorrisos! Há aprendizagens e há vivências inigualáveis!

E a sua casa? A casa de um voluntário é o mundo! Esse mundo que ele percorre, através de cada pessoa que conhece, de cada passo que dá, de cada país que visita, de cada sonho que tem…

É certo que também há dias em que o voluntário, seja por falta de apoios, reconhecimento ou somente devido a problemas pessoais, perde o sorriso, mas mesmo quando acordam com uma lágrima a deslizar-lhes pela face, a responsabilidade de ajudar, a possibilidade de mudar uma vida e gratidão que recebem voltam a preencher a sua vida!

Pode ser uma vida solitária e com pouco mérito, por vezes, mas quando um voluntário adormece, ele terá sempre na sua memória o refúgio para qualquer pesadelo, porque ele, fez do mundo o lugar em que sonha viver!

Imagem de capa daqui.